Ventos extremos no MS desafiam a construção civil e pedem obras mais seguras
Segurança estrutural é um desafio em tempos de mudanças climáticas, exigindo atenção e cautela; veja como adequar obras
Foto: Istock/Walaiporn Sangkeaw
As mudanças climáticas têm tornado fenômenos extremos cada vez mais frequentes em todo o Brasil. No centro do país, ventos fortes no Mato Grosso do Sul assustaram a população no último mês e causaram estragos em diversas cidades.
A ocorrência de tempestades, ciclones e enchentes evidencia não só a emergência ambiental, mas também alerta para a necessidade de tornar as estruturas urbanas e obras mais resistentes a estes fenômenos.
Ventos fortes no Mato Grosso do Sul e seus impactos recentes
O Mato Grosso do Sul teve um fim de setembro de muitos ventos e tempestades neste ano. Alertas do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) foram frequentes e apontaram risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores e descargas elétricas.
Conforme o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), o município de Caarapó chegou a receber uma rajada de vento de 115,6 km/h. Já Laguna Carapã registrou 104,4 km/h.
Os ventos acima de 100 km/h caracterizam tempestade severa e têm alto potencial destrutivo, o que preocupa principalmente em relação à construção civil, que, muitas vezes, não está preparada para eventos extremos.
Além dos já citados, outros efeitos possíveis dos ventos fortes no Mato Grosso do Sul são deslocamento de pilares e vigas, comprometimento do equilíbrio de estruturas altas, fissuras, arrancamento de telhas e coberturas.
Como a construção civil pode se adaptar a ocorrência de ventos extremos?
O primeiro passo para garantir segurança estrutural em meio às mudanças climáticas é a adoção de normas técnicas, como a NBR 6123. A partir dela, é possível calcular a carga e a força do vento nas edificações, a depender de velocidade, topografia do terreno e categoria da obra.
Para aplicar corretamente as instruções, é necessário ter conhecimento técnico aprofundado, por isso a participação de um engenheiro qualificado é essencial.
Em regiões sujeitas a rajadas extremas de vento, como aquelas acima de 100 km/h, também é necessário se atentar às coberturas. Escolher sistemas reforçados e uma telha adequada reduz o risco de destelhamentos.
Além disso, utilizar materiais resistentes torna a obra mais segura e capaz de suportar tempestades. Esquadrias reforçadas e vidros temperados ajudam a combater o impacto de ventos e a pressão gerada em paredes e janelas.
Por fim, a inspeção das edificações é essencial para garantir que as estruturas estão seguras. Identificar pontos frágeis, como corrosão, rachaduras, cupim ou podridão em alguma madeira, possibilita o reparo ou a recuperação da obra, o que evita maiores estragos, como desabamentos.