Uso imponderado dos recursos hídricos pode ocasionar disputa pela água, alerta diretor das Agências PCJ
A crise hídrica já causa impacto na região; a divisão de bairros em Valinhos que sofrem corte de água passou de quatro para seis nesta semana
Foto: Lucas Selvati/JI
De acordo com o diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ, Sérgio Razera, é preciso que as indústrias e os municípios ponderem o uso dos recursos hídricos a fim de evitar uma disputa pela água no futuro. Os representantes dos Comitês das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) vêm afirmando que a falta de chuva e o consumo exacerbado de água sinalizam para a possibilidade de uma crise hídrica no próximo ano pior que a vivenciada em 2014. “Corremos o risco de, em 2022, vivermos o maior estresse hídrico da história”, alertou o presidente dos Comitês PCJ e prefeito de Piracicaba, Luciano Almeida.
A área abastecida pelas bacias PCJ é composta por 74 cidades e 5,6 milhões de pessoas. Para Almeida, essa região enfrenta um “processo de emergência” diante do volume cada vez menor dos rios. Segundo ele, por causa do uso dos recursos hídricos de maneira desordenada, a captação de água tem aumentado a ponto de chegar ao limite. “No Rio Piracicaba, por exemplo, a captação teve de ser interrompida por causa do baixo nível de água. Com o leito tão retraído, a poluição tende a se concentrar, comprometendo assim a qualidade da água. Isso torna o tratamento inviável”, explicou.
O presidente dos Comitês PCJ informou que o Grupo de Trabalho Operação de Estiagem (GT-Estiagem), reativado esse ano após atuação durante a crise hídrica de 2014, tem como objetivo prestar suporte às tomadas de decisão que objetivem a preservação dos recursos hídricos disponíveis. “Estamos buscando alternativas para evitar a falta de água, principalmente neste momento tão gritante do nosso estresse hídrico”, reiterou Almeida. As informações são do Correio Popular.
Racionamento de água em Valinhos
De acordo com informações do G1, desde a última segunda-feira, 20, a divisão de bairros em Valinhos que sofrem o corte de água passou de quatro para seis. Duas dessas áreas têm o fornecimento interrompido em três dias da semana; as demais, duas vezes. A decisão de aplicar o racionamento foi confirmada pela Prefeitura de Valinhos em 26 de agosto, após admitir que as manobras empregadas três dias antes para redirecionamento da água entre os bairros, por meio de alterações na pressão da rede, foram insuficientes para resolver os problemas.
Na última terça-feira, 21, em reunião com os prefeitos da Região Metropolitana de Campinas (RMC), na Unicamp, a prefeita de Valinhos, Capitã Lucimara, sugeriu que os municípios da RMC acionem apoio emergencial do Estado e da União para o enfrentamento à crise hídrica. “O tema ultrapassa as fronteiras de Valinhos e tenho a certeza de que, com responsabilidade, o Conselho de Prefeitos da RMC pode e deve atuar de forma regional, para enfrentarmos esse desafio que é tão crítico (...)”, disse.
O que dizem as Prefeituras de Itatiba e Morungaba
O prefeito de Morungaba, Marquinho de Oliveira, em nota enviada ao JI, disse que será realizada uma campanha de conscientização em parceria com a Sabesp nas escolas e nos bairros, alertando sobre o problema e da importância da economia de água. Marquinho afirmou, ainda, que, a princípio, não haverá racionamento de água em Morungaba.
A nota enviada pela Prefeitura de Itatiba diz que “há várias secretarias municipais, como Obras e Serviços Públicos; Meio Ambiente e Agricultura; Desenvolvimento e Habitação e também o Governo, que estão com o assunto em pauta, e em conversas e reuniões frequentes com a Sabesp – responsável pelo abastecimento em Itatiba. Na quinta-feira, 23, houve mais uma delas com essa pauta.
A Prefeitura de Itatiba está em alerta, mas, por enquanto, não há problema. De qualquer forma, está nos planos uma campanha de conscientização contra o desperdício de água, bem precioso a todos”.
