Ter cães em casa faz bem, mas exige cuidado e responsabilidade para garantir a segurança de todos
Saiba como ter uma convivência segura e tranquila com seu pet adotando medidas de posse responsável

Foto: Carlos Bassan / PMC
Ter um cachorro em casa costuma ser sinônimo de alegria, afeto e até benefícios para a saúde física e emocional da família. Diversos estudos indicam que a convivência com animais de estimação pode ajudar a reduzir o estresse, incentivar a prática de exercícios e melhorar o convívio social.
Mas para que essa relação seja positiva não apenas para o tutor e o animal, mas também para vizinhos e transeuntes, é fundamental adotar medidas de posse responsável. Cuidar de um cão vai muito além de oferecer carinho e envolve atenção, respeito à legislação e prevenção de riscos.
Segundo especialistas em comportamento animal, mesmo os cães mais dóceis podem reagir de forma agressiva caso se sintam ameaçados ou provocados. Por isso, alguns cuidados são essenciais no dia a dia:
- Mantenha o ambiente seguro, com muros e portões bem fechados, sem frestas que permitam fugas ou contato com a rua;
- Evite que o cão tenha acesso direto ao portão, o ideal é instalar grades internas ou recuos que impeçam avanços bruscos em direção a quem passa;
- Estimule a socialização desde filhote com pessoas, outros animais e diferentes ambientes, o que ajuda a prevenir comportamentos agressivos ou excessivamente protetores;
- Fique atento a sinais de estresse, como latidos constantes, tentativas de fuga ou rosnados frequentes. Caso perceba esses comportamentos, busque orientação de um veterinário ou adestrador;
- Em passeios, use sempre guia, coleira e, quando exigido, focinheira, especialmente para cães de grande porte ou raças com histórico de agressividade.
Raças que exigem atenção redobrada
Cães da raça pit bull, por exemplo, embora frequentemente sejam companheiros fiéis e afetuosos com a família, demandam cuidados especiais por conta de sua força física e alta concentração de energia, que necessitam de atividades pra coibir os níveis de estresse. Nesse caso, as recomendações de segurança devem ser seguidas à risca:
- Socializar o animal desde cedo;
- Utilizar coleira, guia curta e focinheira em locais públicos, conforme determina a legislação;
- Nunca deixá-lo solto em calçadas ou espaços públicos sem supervisão;
- Investir em treinamento com profissionais especializados, principalmente diante de sinais de medo ou agressividade;
- Redobrar a proteção de muros e portões para evitar qualquer contato com estranhos.
A negligência nesses cuidados pode gerar consequências sérias: o tutor pode ser responsabilizado civil e criminalmente por ataques ou acidentes causados pelo animal.
Estatuto Animal
Em Campinas, a Lei Municipal nº 15.449/2017, conhecida como Estatuto de Proteção e Bem-Estar Animal, define uma série de obrigações para garantir a segurança e o bem-estar de animais e pessoas. Entre os principais pontos estão:
- Manter o animal em ambiente limpo, seguro e adequado;
- Oferecer alimentação e água de qualidade, além de assistência veterinária regular;
- Impedir o acesso livre à via pública e prevenir fugas;
- Utilizar guia, coleira e focinheira (quando necessário) durante os passeios;
- Recolher os dejetos do animal em ruas, calçadas e praças.
Além disso, o Código Civil Brasileiro (artigo 936) determina que o tutor é responsável por qualquer dano causado pelo seu animal. Já a Lei de Contravenções Penais (artigo 31) prevê penalidades em casos de omissão de cautela.
Compromisso diário
Ter um cão, independentemente da raça ou porte, é assumir um compromisso diário com o cuidado, o respeito e a responsabilidade. Seguir as orientações e cumprir a legislação garante não apenas o bem-estar do pet, mas também a tranquilidade dos vizinhos e a segurança da comunidade.