Saúde de Campinas registra dois óbitos por febre maculosa e cinco provocados pela dengue
Secretaria mantém atividades diárias para prevenção e combate às arboviroses, além de ações para sensibilizar equipes e população sobre os cuidados com a febre maculosa

Foto: Carlos Bassan
A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou mais dois óbitos por febre maculosa e cinco provocados pela dengue em 2025. A Pasta lamenta e se solidariza com as famílias.
Com os novos registros, o município totaliza desde janeiro quatro casos de febre maculosa, todos eles com evolução para morte. Três são de residentes em Campinas e dois tiveram o local provável de infecção em outros municípios do estado de São Paulo.
Já o total de óbitos por dengue neste ano chega a 26. O número de casos está em 42.704.
Febre maculosa
A Saúde está reforçando as ações de prevenção à doença desde junho em virtude do período de sazonalidade que se estende desde aquele mês até o fim do ano.
Perfis
Sexo masculino, 68 anos, morador de Curitiba (PR). Estava temporariamente em Campinas a trabalho e residindo na área de abrangência do Centro de Saúde (CS) Carvalho de Moura. Ele apresentou os primeiros sintomas da doença em 14 de junho e a morte ocorreu em 2 de julho. Foi atendido em unidade pública de Campinas e o local provável de infecção foi uma área de pesca na região Sul do município.
Sexo feminino, 48 anos, residente na área de abrangência do CS Aurélia. Ela apresentou início dos sintomas em 5 de julho e o óbito foi em 13 de julho. Ela foi atendida e internada em hospital privado de Campinas. O local provável de infecção foi uma lagoa em outro município paulista, onde a paciente foi a cavalo.
A doença
A febre maculosa é uma doença grave, com alta letalidade, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. A infecção se dá pela picada do carrapato-estrela infectado com esta bactéria.
Na fase jovem, quando o carrapato é conhecido como “micuim” (larvas) e “vermelhinho” (ninfas), ele pode parasitar qualquer animal, inclusive o ser humano, que frequenta áreas com vegetação, especialmente onde há cavalos, capivaras e outros animais silvestres.
2024 (ano todo) - oito casos (todos com transmissão em Campinas) e um óbito.
2025 (desde janeiro) - quatro casos (dois com transmissão em Campinas e dois fora) e quatro óbitos.
Medidas
O município realiza ações educativas sobre o tema de forma contínua para sensibilização das equipes de saúde e da população. Desde 2023 foram realizadas 370 ações, como palestras, oficinas, visitas a imóveis para orientações aos moradores, capacitações de profissionais e exposições. Além disso, a Administração também monitora as sinalizações de risco para transmissão de febre maculosa instaladas em locais estratégicos.
Após os novos casos, a Saúde reforçou o alerta aos médicos das redes pública e particular com objetivo de sensibilizar quanto à suspeita precoce e tratamento oportuno da doença.
A Prefeitura iniciou em setembro de 2024 um trabalho de manejo para controle reprodutivo das capivaras que vivem livremente nos parques públicos de Campinas.
A iniciativa já esterilizou quase 200 animais que vivem na Lagoa do Taquaral e no Lago do Café. Serão contemplados ainda os seguintes locais: Parque das Águas, Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, Parque Hermógenes de Freitas Leitão, Parque Linear Capivari e Parque Linear Ribeirão das Pedras. A gestão do projeto é coordenada pela Secretaria do Clima, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
A Prefeitura mantém uma página na internet que reúne uma série de informações sobre a febre maculosa, incluindo explicações sobre a doença, perguntas e respostas, além de um manual para prevenção em locais com presença de carrapatos. Elas estão disponíveis no link: https://campinas.sp.gov.br/sites/febremaculosa/inicio.
Há ainda ressalva para a Lei Municipal 16.418/2023, que dispõe sobre a obrigatoriedade de os estabelecimentos, produtores, promotores e organizadores de eventos realizados em locais sujeitos à presença do carrapato-estrela informar sobre o risco de febre maculosa.
Dengue
O desfecho óbito depende de fatores como a procura precoce por atendimento, manejo clínico adequado e características individuais do paciente, como possíveis doenças preexistentes e/ou outras condições clínicas especiais.
Medidas preconizadas foram desencadeadas nas regiões onde residiam as pessoas que morreram: controle de criadouros, busca ativa de pessoas sintomáticas e nebulização para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença e de outras arboviroses.
Perfis
Sexo feminino, 84 anos, com comorbidades. Atendida na rede pública e moradora da área de abrangência do centro de saúde (CS) Costa e Silva. Ela teve início dos sintomas em 30 de maio e o óbito ocorreu em 12 de junho.
Sexo masculino, 63 anos, com comorbidades. Atendido pela rede pública e morador da área do CS Taquaral. Ele teve início dos sintomas em 24 de março e a morte foi em 2 de abril.
Sexo feminino, 71 anos, com comorbidade. Atendida pela rede particular e moradora da área do CS Barão Geraldo. Ela teve início dos sintomas em 4 de maio e o óbito ocorreu em 17 de maio.
Sexo masculino, 13 anos, com comorbidades. Atendido pela rede pública e morador da área do CS União de Bairros. Ele teve início dos sintomas em 11 de maio e a morte foi em 15 de maio.
Sexo feminino, 71 anos, com comorbidades. Atendida pela rede pública e moradora da área do CS Boa Vista. Ela teve início dos sintomas em 19 de abril e o óbito ocorreu em 7 de maio.