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Santa Casa registra aumento de casos de doenças respiratórias em crianças neste inverno

Por Redação

Foto: Divulgação / SCMI

Com a chegada do inverno e a queda das temperaturas, a Santa Casa de Misericórdia de Itatiba tem registrado um aumento significativo na procura por atendimentos pediátricos relacionados a doenças respiratórias. Segundo a pediatra Dra. Maria Lucia Oliveira em entrevista ao Jornal de Itatiba, o crescimento nos casos teve início em meados de junho e segue em ascensão neste início de julho.

“As doenças respiratórias costumam ter maior incidência nos meses mais frios, quando o ar está mais seco e as pessoas tendem a ficar em ambientes fechados. Isso facilita a circulação de vírus e o contágio entre as crianças”, explica a médica.

Entre os quadros clínicos mais frequentes atendidos neste período estão o resfriado comum (causado por adenovírus e rinovírus), gripe (influenza), bronquiolite viral aguda, pneumonia, asma, crises de broncoespasmos, otites, sinusites, além da exacerbação de doenças crônicas e casos de rinite alérgica.

Os mais vulneráveis

De acordo com a Dra. Maria Lucia, há perfis específicos de maior vulnerabilidade: bebês — especialmente os menores de 1 ano — e crianças com histórico de asma ou outras doenças respiratórias crônicas.

“Os lactentes têm o sistema imunológico imaturo e vias aéreas ainda pequenas, o que aumenta o risco de obstruções e dificuldades para eliminar secreções. Também dependem dos cuidadores para os cuidados de higiene e estão mais expostos a ambientes como creches, que facilitam o contágio”, esclarece. Já as crianças asmáticas enfrentam maior risco de crises desencadeadas pelo ar frio, poluentes e infecções virais, devido à hipereatividade brônquica e maior produção de muco, que dificulta a ventilação pulmonar.

Cuidados em casa e na escola

Para prevenir infecções respiratórias, a médica orienta medidas simples, porém eficazes: lavar frequentemente as mãos, manter ambientes bem ventilados, evitar aglomerações em locais fechados e não expor as crianças à fumaça de cigarro ou outras fontes de poluição.

“No caso de bebês, é importante que os adultos usem álcool 70% nas mãos antes de pegá-los no colo e evitem beijos no rosto, que podem transmitir vírus”, destaca a pediatra. Além disso, manter o aleitamento materno é essencial para reforçar a imunidade dos pequenos.

A pediatria da Santa Casa reforça junto aos pais e responsáveis a importância da vacinação, embora a instituição não realize a aplicação das vacinas de rotina. “A imunização é fundamental para prevenir doenças graves. Sempre orientamos que os pais mantenham a carteirinha de vacinação atualizada e procurem a Unidade Básica de Saúde mais próxima em caso de dúvidas”, recomenda Dra. Maria Lucia.

Quando procurar atendimento médico?

A especialista destaca que nem todos os quadros respiratórios exigem atendimento hospitalar, mas é fundamental que os pais estejam atentos à persistência dos sintomas mesmo após cuidados em casa, como uso de antitérmicos, lavagem nasal e inalação com soro fisiológico.

Entre os sinais de alerta que indicam a necessidade de avaliação médica imediata estão: desconforto respiratório (falta de ar), febre de difícil controle, sonolência excessiva, prostração, dificuldade de alimentação e sinais de desidratação.

Casos mais graves exigem internação hospitalar. Isso ocorre, segundo a médica, quando a criança apresenta dificuldades respiratórias moderadas a graves, hipoxemia (baixa oxigenação no sangue), falha no tratamento em casa, sinais de apneia ou alterações importantes no estado geral, como febre persistente, prostração ou recusa alimentar.

Atualmente, a ala de internação pediátrica da Santa Casa de Itatiba está com cerca de 80% da sua capacidade ocupada por pacientes com doenças respiratórias, como broncoespasmos, bronquiolite viral aguda e pneumonia.

Nos casos que necessitam de cuidados em UTI Pediátrica, a Santa Casa realiza a regulação via CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) para hospitais de referência do SUS. Para pacientes com convênio, a instituição entra em contato com a central médica responsável para encaminhamento ao hospital de destino adequado.

“A Santa Casa está preparada para atender, orientar e oferecer o melhor suporte possível às famílias, mas a prevenção continua sendo a melhor estratégia. A colaboração dos pais é essencial para atravessarmos esse período de forma mais segura e saudável”, conclui a Dra. Maria Lucia Oliveira.

Recomendações específicas para crianças com asma

Durante o outono e inverno, os cuidados com crianças asmáticas devem ser redobrados. Dra. Maria Lucia recomenda:

Manter o tratamento contínuo com corticoides inalatórios, mesmo na ausência de sintomas;

Ter orientação médica clara sobre o uso de broncodilatadores de resgate;

Evitar exposição direta ao frio, poeira, ácaros, mofo, pelos de animais e fumaça;

Limitar exercícios físicos intensos ao ar livre em dias frios e secos;

Ter cuidado com aquecedores (que ressecam o ar) e umidificadores (que precisam ser higienizados com frequência para evitar proliferação de fungos e bactérias);

Garantir uma alimentação rica em vitaminas e boa hidratação

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