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Prefeitos da RMC discutem tarifaço dos EUA e alertam para impactos locais

Por Redação

Foto: Carlos Bassan

Os prefeitos das cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) debateram nesta quarta-feira, 20 de agosto, os impactos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos para a importação de produtos brasileiros. O tarifaço foi pauta central da reunião extraordinária do Conselho de Desenvolvimento da RMC, que aconteceu pela manhã na PUC-Campinas.

De acordo com estudos realizados pela Secretaria de Finanças de Campinas, 17% dos produtos que a RMC exporta vão para os Estados Unidos. Entre 2020 e 2024, a região exportou cerca de R$ 1 bilhão (média de US$ 250 milhões por ano) para os norte-americanos.

“Fizemos um trabalho destacando, cidade por cidade, o impacto que o tarifaço pode causar para que os gestores tenham clareza e noção do que essas tarifas podem implicar na redução das exportações e consequentemente na arrecadação dos municípios”, disse o prefeito de Campinas e presidente da RMC, Dário Saadi.

Ainda segundo o prefeito, uma das estratégias adotadas é discutir, com os governos estadual e federal, medidas compensatórias para amenizar uma possível queda de arrecadação. “Somos uma região exportadora, uma região que tem uma indústria que exporta muito e um agro forte. Não sabemos como as exportações vão se comportar, mas se tivermos queda, com certeza a arrecadação cai e o desemprego aumenta”, completou.

A RMC reúne 20 municípios e mais de 3 milhões de habitantes e é uma das maiores exportadoras do Estado de São Paulo.

Estudo

Entre 2020 e 2024, a RMC exportou, em média, US$ 5,2 bilhões, deste total, US$ 870 milhões foram para os Estados Unidos, o que representa 17% do total exportado. Em 2025, foram US$ 2,6 bilhões em exportações e US$ 422 milhões para os norte-americanos.

Dos produtos exportados pelas 20 cidades que compõem o grupo, 55% estão entre os itens que sofreram com a taxação de 50%. 

Dário reforçou que todos os municípios serão impactados pelo tarifaço, mas no caso de Santo Antônio da Posse, esse impacto pode ser maior. “Mais de 80% do que a cidade exporta vai para os Estados Unidos. Com certeza, se não houver alguma medida de compensação, a cidade terá muitas dificuldades com a arrecadação e a manutenção da cidade”, explicou.

O produto mais exportado por Santo Antônio da Posse é a carne que está entre os ítens com taxação de 50%. De acordo com o prefeito da cidade, Ricardo Cortez, a curto prazo a grande preocupação é o desemprego e a  médio, a queda de arrecadação. 

“Estou aqui com meus 19 pares, porque temos que juntar forças. Não podemos esperar o governo federal abrir mercados na Europa, o povo na ponta quer saber do emprego e do atendimento hoje”, disse. “É urgente a união da RMC. Estamos aqui para fazer um apelo ao governo do estado e ao governo federal que olhem não só para os grandes municípios, mas pelos médios e pequenos”, completou.

Entre os produtos exportados pela RMC para os Estados Unidos e que terão taxação de 50% estão: carne, medicamentos e peças de equipamentos como pás mecânicas, escavadoras, carregadoras etc. 

Entenda o tarifaço dos EUA

A medida norte-americana, oficializada pelo presidente Donald Trump, impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos do Brasil, totalizando uma taxação de até 50%. Apesar da criação de uma lista com quase 700 itens que ficarão isentos – como aeronaves, suco de laranja, combustíveis e madeira –, a decisão deve impactar diversos setores produtivos do país, principalmente em regiões com alto volume de exportações, como é o caso de Campinas e da Região Metropolitana de Campinas.

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