Polícia Civil procura por suspeito de estupro brutal contra a ex-companheira
De acordo com a vítima, ele invadiu o quarto durante a madrugada e a violentou sexualmente, a obrigando, também, a situações extremamente constrangedoras

Por Fábio Estevam
A Polícia Civil procura por um homem de 40 anos, suspeito de cometer um estupro brutal contra a ex-companheira, de 29, em Várzea Paulista. O crime, de acordo com a vítima, ocorreu em sua casa, na madrugada da última segunda-feira (2). No Boletim de Ocorrência, registrado na delegacia da cidade na manhã de terça-feira (3), ela relatou à polícia que, no dia 30 de dezembro, o ex-companheiro veio de uma cidade do Sul do país - onde esteve preso por roubo -, alegando que queria se reaproximar dela, da filha deles (de 5 anos) e também de sua ex-sogra.
Com o discurso de que havia se tornado uma pessoa de bem, ele as convenceu e acabou sendo convidado, na tarde do dia 31 (sábado), a ficar por alguns dias com a família.
Foram menos de dois dias de convivência, até que, por ciúmes e com requintes de crueldade, ele a atacou em seu quarto enquanto ela estava dormindo, a violentou sexualmente e a ameaçou de morte, com uma faca em seu pescoço. Após cometer o crime ele fugiu.
Procurado para comentar sobre o caso, o delegado de Polícia de Várzea Paulista Rafael Diorio informou que "foi instaurado inquérito e o caso corre por segredo de justiça na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) da cidade".
"MUDEI DE VIDA"
A vítima procurou a delegacia na terça-feira contando que possui medida protetiva contra o ex-companheiro (por conta de um crime de ameaça), e que ele reside no Sul do país, onde esteve preso por vários anos pela prática de roubo. Segundo ela, eles tiveram um relacionamento amoroso por três anos e conceberam uma filha, hoje com 5 anos, que mora com ela em Várzea Paulista. Em seu relato, ela disse que na sexta-feira (30 de dezembro), ele passou a lhe enviar mensagens dizendo que queria ver a filha, e que era para ela arrumar um local para ele ficar em Várzea. Apesar de a vítima ignorar as mensagens, no mesmo dia 30 ele apareceu, transitando de carro na rua de sua casa, onde avistou a mãe dela (ex-sogra dele) e a filha, e as abordou para conversar.
No mesmo dia, à noite, ele telefonou para ela dizendo que queria conversar. Ela concordou e ele foi até sua casa, sendo que ficaram conversando por algum tempo dentro do carro dele - foi quando ele disse que tinha mudado, estava trabalhando e queria conversar também com a mãe dela, sobre sua 'nova vida'. Sem ter onde ficar, a convidou para ir a um hotel. Ela aceitou, eles passaram a noite juntos, mas pela manhã, ela conversou com ele dizendo que não havia mais 'química' entre eles. Mesmo assim, ela disse que conversaria com a mãe, para que ela ouvisse o que ele tinha a dizer.
Ele a levou embora na manhã do dia 31 (sábado) e, no mesmo dia, à tarde, voltou à casa dela para conversar com a ex-sogra, a quem disse que queria voltar a ter contato com a filha, que ele estava trabalhando, que era um novo homem e que queria mostrar para ela, também, que tinha mudado de vida. A conversa surtiu efeito e, no mesmo dia, chegaram a ir ao mercado, juntos. Ele então foi acolhido por elas no dia 31, ficando até a madrugada do dia 2, quando o crime, segundo ela, aconteceu.
O CRIME
O ex-companheiro dormiu no local (onde moram também a filha e a mãe dela) do dia 31 para dia 1º (domingo). Todos passaram o dia juntos, sendo que, à noite, ele disse à vítima que queria fumar maconha, pedindo que ela fosse com ele até o fim da rua. Enquanto usava a droga, ele passou a exigir que ela lhe desse dinheiro para que ele retornasse à sua cidade, no Sul - para combustível, alimentação e pedágio. Como a recusa, ele pegou o celular dela e enviou mensagem para a irmã da vítima, se passando por ela, para pedir dinheiro - e também não conseguiu.
Com ele bastante nervoso, eles retornaram para a casa dela, por volta de 20h40, momento em que ela foi dormir e ele permaneceu na sala conversando com a sogra. Por volta das 3h30 do dia 2 (terça-feira), ele invadiu o quarto e acordou encostando uma faca em seu pescoço, puxando-a pelos cabelos, e a questionando sobre com quem ela estava tendo relação sexual, já que, com ele, ela não queria ter. Na sequência, ele a estuprou, com requintes de crueldade, a obrigando a passar por situações extremamente constrangedoras. Ela tentou afastar a faca do pecoço e acabou cortando os próprios dedos. Na sequência, ele ainda disse a ela que estava fazendo aquilo para ela 'aprender', já que estava o ignorando.
Com o estupro já consumado, ele se vestiu e deixou o local, no momento em que a mãe, após ouvir barulhos, entrou no quarto e encontrou a filha na cama, chorando.
PROCURANDO A POLÍCIA
O dia já estava claro quando, depois de o ex-companheiro ir embora, ela foi de carro até a Delegacia e Defesa da Mulher (DDM) de Jundiaí para denunciá-lo. Porém, de acordo com ela, a delegacia estava lotada de vítimas registrando ocorrências, motivo pelo qual ela deixou o local. Após algum tempo rodando de carro e desorientada, resolveu ir até o Hospital Universitário (HU) para passar por exames, já que estava com muitas dores e o ex também não havia usado preservativo. No local ela foi atendida e medicada.
No mesmo dia, à noite, ele voltou a fazer contato, dizendo que mandaria os 'irmãos' (termo pelo qual se tratam criminosos pertencentes a facções criminosas) à casa dela. Depois, ainda fez várias ligações de um telefone fixo.
Ela disse que deseja processar ele criminalmente.
O caso está sendo investigado.
* com informações do Jornal de Jundiaí