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Por Thomas

O que é o “cheiro da chuva” e por que sentimos

Coluna Papo Verde com Dani Fumachi

Por Thomas

Quem nunca sentiu o coração se aquietar com aquele aroma único que antecede ou acompanha a chuva? Esse cheiro, que muitos chamam de “cheiro da terra molhada”, tem até nome científico: petricor. O termo vem do grego — petra (pedra) e ichor (fluido que corria nas veias dos deuses) — e foi criado por dois pesquisadores australianos na década de 1960. Mas afinal, o que é esse perfume tão inconfundível?

A resposta está em três protagonistas: as plantas, os solos e as bactérias.

O papel das bactérias do solo

Grande parte desse cheiro vem de um composto chamado geosmina, produzido por bactérias do gênero Streptomyces, muito comuns em solos ao redor do mundo. Essas bactérias decompõem matéria orgânica e liberam geosmina como subproduto.
O curioso é que o ser humano é extremamente sensível a essa substância: conseguimos percebê-la em concentrações de apenas 5 partes por trilhão. Isso significa que até uma chuva leve pode liberar quantidade suficiente para ser detectada pelo nosso olfato.

Óleos liberados pelas plantas

Durante períodos de seca, muitas plantas produzem óleos que ficam armazenados no solo e nas superfícies rochosas. Quando a chuva chega, a água interage com esses compostos, que acabam sendo liberados no ar junto com a geosmina. Essa mistura contribui para o cheiro característico.

As bolhas que espalham o cheiro

Estudos recentes mostraram que quando as gotas de chuva atingem superfícies porosas, como o solo seco, elas formam pequenas bolhas de ar que se rompem e liberam minúsculos aerossóis. Esses aerossóis carregam as moléculas de geosmina e outros compostos até a atmosfera, facilitando que sejam transportados pelo vento e percebidos pelo nosso nariz.

O cheiro antes da chuva: o ozônio

Às vezes sentimos o cheiro da chuva antes mesmo das gotas caírem. Esse aroma fresco, quase metálico, vem do ozônio. Ele se forma quando descargas elétricas de tempestades quebram moléculas de oxigênio e geram O₃. Correntes de vento trazem esse ozônio até a superfície, anunciando a chegada da chuva.

Por que esse cheiro nos agrada?

Do ponto de vista evolutivo, pesquisadores acreditam que a atração humana por esse odor pode estar relacionada à importância da água para a sobrevivência. Reconhecer de longe os sinais da chuva teria sido uma vantagem para povos que dependiam dela para agricultura e coleta de alimentos.

Em resumo, o cheiro da chuva é resultado da ação conjunta de bactérias do solo, óleos de plantas, aerossóis produzidos pelo impacto da água e, em alguns casos, do ozônio atmosférico.
É um fenômeno natural que mistura biologia, química e física e que, mesmo explicado pela ciência, continua sendo um dos sinais mais agradáveis de que a natureza está em movimento.

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