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‘Não temos certeza da cura, nem do tratamento, apenas a esperança da vacina’, diz enfermeira da linha de frente

Na foto: enfermeira responsável pela UTI, Lilian Angélica da Silva, e farmacêutica Lilian Ferla; ambas enfrentam a batalha contra a covid-19 na linha de frente

Foto: Arquivo pessoal

Da Redação

 

Há pouco mais de um ano, a covid-19 passou a fazer parte da vida dos profissionais da saúde que atuam na linha de frente. Como explicou o provedor da Santa Casa de Itatiba, Emerson Netto, “no começo, as equipes ficaram assustadas por encarar uma doença desconhecida, que ninguém sabia o potencial de contaminação, nem hoje sabemos. Mas apesar do susto, todos se prontificaram a ajudar ao próximo”.

Emerson agradeceu e destacou o trabalho de todos os médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, equipes de limpeza, equipes de compras, farmacêuticos, geriatria clínica, equipe de instalação do hospital, equipe de oxigênio, equipes do pronto socorro, UPA e pronto atendimento, que vem tratando pacientes do dia a dia e da UTI, além dos motoristas das ambulâncias e maqueiros “que trabalham incansavelmente para conseguir atender todo mundo e deslocar os doentes, porque é muita movimentação todos os dias, essa galera tem feito milagres também”, destacou o provedor.

 

Resiliência

 

“Uma palavra que possa resumir tudo isso é resiliência. A equipe, todos os dias, trabalhou muito. Mesmo sem histórico da doença, trabalhamos e nos organizamos para enfrentar a covid da melhor maneira possível, tivemos que nos readaptar conforme ia diminuindo ou aumentando os casos”, conta Emerson. “Os profissionais nunca pensaram em desistir, apesar do cansaço que dá para perceber pelo olhar, pela fadiga, pelo estado emocional. Tivemos alguns baques, perdemos alguns colegas para a covid-19; além disso, tem as outras doenças do dia-a-dia, algumas doenças aumentaram por conta do estresse da população”, completa.

A farmacêutica da Santa Casa, Lilian Ferla, também destacou que essa luta diária, “é um dia de cada vez, uma batalha diária”, conta. A farmacêutica também falou sobre a falta de medicamentos, “é difícil porque falta os remédios, realizamos os pedidos diariamente, mas, na maioria das vezes, vem menos do que precisamos”. Lilian conta que, no início da pandemia, também sentiu muito medo. “Eu tenho dois idosos em casa, no início temi pela vida dos meus pais”.

 

Perda de pacientes

 

Lilian Angélica da Silva é a coordenadora de enfermagem da UTI da Santa Casa desde o início da pandemia, segundo ela, a incerteza é a maior dificuldade enfrentada pela equipe de linha de frente, “não temos certeza da cura e nem de tratamento, apenas a esperança da vacina. Temos que acreditar que ela fará a diferença na nossa vida, para que possamos reconstruir aos poucos tudo o que foi destruído, algumas perdas são irreparáveis, como perdas de entes queridos, mas outras vamos reconstruir”.

“É uma luta diária para se manter num equilíbrio emocional, manter as equipes motivadas, não demonstrar cansaço mental, sorrir, falar de amor, de fé, de esperança, fazer com que o plantão seja leve, mesmo nos dias mais pesados. Perdemos pacientes todos os dias. As pessoas acham que os profissionais da Saúde são frios e se acostumam, se anestesiam, mas posso dizer com toda verdade que isso é uma grande mentira, a gente sofre quando vemos uma mãe indo, um pai partindo”, completa a enfermeira.

Lilian termina desejando boa sorte a todos que enfrentam essa luta contra a covid-19, principalmente aqueles que “arriscam suas vidas por uma noite de bebidas e farra, uma noite que pode custar uma vida inteira”.

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