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Por Redação

Moradia privada ajuda a impulsionar desempenho de universitários no Brasil

Conforto, estabilidade e socialização transformam a trajetória de estudantes de graduação que vivem longe de casa

Por Redação

Foto: iStock/ Zinkevych

Ter um teto seguro e estável durante a graduação pode ser a diferença entre concluir ou desistir do curso para muitos estudantes brasileiros que se mudam de cidade para estudar. Cada vez mais, moradias estudantis privadas, como, por exemplo, repúblicas, quitinetes, pensões e apartamentos compartilhados, têm se mostrado elementos decisivos para o desempenho acadêmico e a permanência na universidade.

O ambiente físico da moradia, aliado a proximidade com o campus, estrutura silenciosa, bom acesso a transporte e estabilidade no pagamento do aluguel, estabelece condições propícias para estudo e desenvolvimento pessoal. E, quando estas condições não existem, aumenta o risco de evasão, queda de rendimento e trancamento de disciplinas.

Morar bem influencia na motivação e evita a evasão

Morar perto do campus, com acesso facilitado a transporte público e infraestrutura básica, é uma vantagem real para quem precisa conciliar estudo, trabalho e a vida longe da família. É o que mostrou um estudo da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), em Santa Catarina.

A pesquisa, conduzida por Acauê Zanella, Cláudia Maté, Ana Lúcia Córdova Wandscheer e Levi Hulse, concluiu que a qualidade do espaço arquitetônico (ventilação, iluminação natural, áreas de convivência e privacidade) eleva diretamente a motivação dos estudantes e reduz o risco de desistência. Metade dos entrevistados associou as condições de moradia ao seu rendimento acadêmico.

Condições de moradia influenciam a trajetória acadêmica

A relação entre moradia e rendimento não é apenas perceptível, mas também é mensurável. Em um levantamento realizado com 408 estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF), os acadêmicos Izabella Pirro Lacerda e Felipe Valentini identificaram que aqueles que conseguiram uma vaga em moradia estudantil apresentaram aumento significativo no coeficiente de rendimento acadêmico, além de menor número de trancamento de disciplinas.

Outro estudo, feito na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), comparou o desempenho acadêmico de 356 alunos, moradores e não moradores de moradias estudantis. Embora o desempenho médio tenha sido superior entre os que moravam fora, os dados apontaram que o perfil socioeconômico, o turno do curso e o apoio familiar são fatores decisivos para o impacto da moradia no rendimento. Ainda assim, a pesquisa destaca que ambientes estáveis e com estrutura adequada melhoram as condições de permanência no ensino superior. 

Redes de apoio entre estudantes ajudam no rendimento e na motivação

Para além da estrutura física, a convivência com outros estudantes também se destaca como um fator de impacto positivo na vida acadêmica. Repúblicas privadas e moradias coletivas oferecem redes de apoio emocional, trocas acadêmicas e fortalecimento de vínculos entre colegas. A socialização no espaço doméstico se traduz, muitas vezes, em motivação para seguir nos estudos.

Esta afirmação foi comprovada em uma tese de doutorado desenvolvida pela socióloga Letícia Pereira de Sousa, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ao estudar modelos de moradia em três universidades federais mineiras, a pesquisadora concluiu que ambientes de convivência coletiva aumentam o senso de pertencimento à universidade e favorecem o engajamento acadêmico.

Estas redes de apoio, muitas vezes formadas entre moradores de repúblicas, funcionam como uma “família substituta” durante o período universitário. São colegas que ajudam nos estudos, emprestam materiais, dividem angústias em semanas de provas e incentivam o colega a não desistir. Mesmo sem estrutura formal, muitas repúblicas privadas oferecem um ambiente fértil para o crescimento pessoal e acadêmico.

Setor privado é alternativa à falta de moradia estudantil pública

Embora a pesquisa sobre moradias universitárias públicas seja mais comum, é no setor privado que muitos estudantes brasileiros encontram a única alternativa viável. A escassez de vagas em residências mantidas pelas universidades e os custos elevados de aluguéis fazem com que repúblicas, pensões e quitinetes sejam, muitas vezes, a única opção de quem vem de outras cidades ou estados.

Diante deste cenário, a moradia estudantil deve ser vista como parte estratégica da política de permanência no ensino superior. Medidas como auxílio-moradia, parcerias com residências estudantis privadas e apoio à criação de repúblicas organizadas são apontadas como caminhos para garantir que o estudante consiga concluir o curso com qualidade.

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