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Foto: Divulgação/Flávia Altenfelder - Fazenda Malabar

Da Redação

Na tarde do último sábado, dia 12, iniciou-se um incêndio na região do Parque Pico das Cabras, situado no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas. A área afetada é de preservação ambiental (APA).

Com o vento, as chamas foram se alastrando, tanto que chegaram a uma parte de Morungaba que faz tríplice fronteira com Itatiba e Campinas, atingindo a Fazenda Malabar – situada na Rod. Dom Pedro I, km 108, em Itatiba –e a Fazenda São Quirino -em Campinas.

De acordo com informações do coordenador de Proteção e Defesa Civil de Morungaba, João Frare, em entrevista ao Jornal de Itatiba, a área atingida foi de aproximadamente 20 alqueires, e o incêndio foi totalmente sanado na última terça-feira, dia 15.

“As chamas tiveram início em um condomínio residencial perto do Pico das Cabras, com a explosão de um transformador de energia, que aqueceu devido ao calor.O óleo atingiu o chão, e com o mato muito seco, o fogo foi se alastrando para uma parte da Fazenda Malabar e da Fazenda São Quirino. Assim que a Defesa Civil de Morungaba foi acionada, uma equipe levou água para conter as chamas, com o pessoal das fazendas ajudando no combate, e com o Corpo de Bombeiros de Bragança Paulista, Campinas e de Itatiba”, afirmou João.

Ainda, segundo o coordenador, um helicóptero foi alugado pela Fazenda São Quirino, para que um tanque jogasse água no local e ajudasse a amenizar o fogo. “Conseguimos apagar as chamas na terça-feira pela manhã, devido aos esforços de todas as equipes e pessoas das fazendas, incluindo outros moradores de sítios ao redor, que colaboraram muito. O prejuízo é muito grande, lógico, para a fauna, flora e para o meio ambiente, e este ocorrido nos deixa uma mensagem de consciência, pois a umidade relativa do ar está muito baixa e não chove, precisamos ter mais respeito com o próximo em relação a fazer queimadas, pensando principalmente nas crianças e idosos. Já não está fácil com a pandemia, e ainda temos o problema dos incêndios florestais para nos preocupar”.

A Defesa Civil de Itatiba informou que teve participação apenas nas ocorrências das fazendas Malabar e São Quirino, que estão sob sua jurisdição. “O combate foi uma ação em conjunto entre defesas civis, bombeiros municipais e estadual, além de brigadistas e proprietários das fazendas”, afirmou a assessoria, em nota enviada ao JI.

Fazenda Malabar

Procurada pela reportagem, a gestora de comunicação da Fazenda Malabar, FláviaAltenfelder Santos, afirmou que o fogo foi avistado da fazenda no sábado à noite, porém foi informado que o mesmo estava sob controle, apenas na região do Pico das Cabras.

“Assim que a noite caiu, pudemos perceber que havia muitos focos de incêndio, já bem perto da Malabar e da vizinhança direta. Após ligarmos para os bombeiros, fomos informados que já havia pessoas trabalhando na área. Poucos minutos depois nos avisaram que precisaríamos agir imediatamente na contenção do fogo em terras vizinhas. Ficamos até 2h no combate direto do fogo, nós e os vizinhos. Neste dia tentamos novamente contato com os bombeiros e fomos informados que a área do incêndio não seria a jurisdição deles e que, portanto, não poderiam comparecer”.

Segundo Flávia, no domingo, dia 13, o fogo continuou avançando em direção a Malabar. “Tivemos a presença de bombeiros e defesa civil durante alguns momentos do dia, andando nos arredores da área do incêndio e avaliando a melhor estratégia de atuação.Concluímos que a ação humana não seria efetiva, e tentamos a contratação de um helicóptero, porém toda a frota de águias do governo estava ocupada com o incêndio de Águas da Prata, em situação bem pior do que a nossa. Revezamos equipes de observação durante a noite inteira, e na segunda-feira, com o auxílio da vizinhança, conseguimos contratar um helicóptero águia particular, alugado, além de uma brigada de incêndio de uma usina próxima”.

De acordo com o relato da gestora, apesar de efeitos positivos durante o domingo, alguns focos de incêndio voltaram a acender no início da noite de segunda, e o trabalho precisou ser iniciado novamente. “Conseguimos conter o fogo em nossa fazenda, porém ele tornou a voltar em áreas vizinhas, e novamente houve a atuação de toda a equipe e do helicóptero águia”.

Flavia finalizou o relato lamentando o ocorrido, mas com esperança de recuperação da área afetada na Fazenda Malabar. “Foi uma queimada de grandes proporções, em uma área de grande importância ecológica para a região, que faz parte de uma grande e estratégica mancha de mata dos arredores. Agora rezamos pela força da natureza de rebrotar das cinzas, mas precisamos seguir atentos e fortes, pois cuidar das matas é também nos manter com qualidade de vida”.