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Por Gustavo

Idosos não são ônus e contribuem economicamente à sociedade, diz professora Anita Liberalesso Neri

No contexto de pandemia, o etarismo, que é a discriminação baseada em questões de idade, se manifesta de forma recorrente

Por Gustavo

A falsa ideia de que idosos são improdutivos é um dos elementos que levam ao preconceito contra a terceira idade, segundo avalia a professora do Departamento de Psicologia e Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Anita Liberalesso Neri. No contexto de pandemia, o etarismo, que é a discriminação baseada em questões de idade, se manifesta de forma recorrente, seja com piadas sobre a dificuldade dessa população de se manter em isolamento seja com a visão de que os idosos são um peso para o sistema de saúde. Para a professora, esse tipo de abordagem tem uma gravidade ainda maior quando ecoada por autoridades públicas.

“Eticamente e em termos culturais, o que será do futuro da sociedade se ela reserva esse tratamento não humano e não solidário a essa parcela importante da sociedade?”, questiona a professora, para quem por trás da visão de que os idosos são onerosos ao país,esconde-se o fato de que os problemas do sistema de saúde e previdenciário têm, em sua origem, relação com a desigualdade e a concentração de privilégios na sociedade. Ela lembra que eles dão uma relevante contribuição econômica e instrumental ao país, sendo responsáveis por parte significativa da renda de famílias e por tarefas de cuidados no lar, por exemplo.

“Os idosos são uma contribuição econômica importante para a sociedade brasileira, ajudando a diminuir as taxas de pobreza. Cerca de 60% dos idosos são os chefes de família. Seja com proventos de aposentadoria ou renda vitalícia, é o único dinheiro certo que entra na família. Há um arranjo de sobrevivência em que o idoso comparece com o dinheiro que inclusive ajuda com alimentos, no pagamento de contas fixas como luz, água, gás, e isso acaba sendo importante para as famílias.

Outro fato considerável, diz a professora, se dá pelo motivo de que cerca de 80% dos idosos são donos do domicílio. Diante de uma crise econômica prolongada, esse elemento é importante no acolhimento de filhos e netos desempregados. Por isso, aponta, “apontá-los como improdutivos, universalmente doentes e inválidos não só é uma inverdade porque existe toda essa ajuda econômica, como de fato os idosos estão envelhecendo hoje com uma condição melhor”.

Além disso, aponta Anita, os idosos também dão amparo às famílias no âmbito do cuidado. “Os idosos também ajudam instrumentalmente suas famílias, tomando conta dos netos, fazendo trabalhos domésticos, o que compete na maior parte das vezes às mulheres idosas, que mesmo doentes e oneradas pela dependência funcional ajudam a família até o extremo das suas forças”, observa.

Fonte: Unicamp

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