Força-tarefa no Cemitério da Saudade remove 70 sacos de lixo com criadouros de mosquito da dengue
Apesar de alerta da Saúde, equipe com 54 funcionários encontrou materiais que podem servir de criadouros para o Aedes aegypti; cidade tem quase 10 mil casos
Foto: Fernanda Sunega
Uma força-tarefa para ações de combate à dengue em Campinas recolheu 70 sacos de lixo com criadouros e espaços que poderiam ser usados pelo mosquito Aedes aegypti durante um trabalho de busca e remoção no Cemitério da Saudade nesta segunda-feira, 6 de novembro. A medida foi realizada por conta do fluxo de 60 mil visitantes no feriado de Finados.
O trabalho reuniu 54 funcionários de uma empresa contratada para realizar serviços com foco em prevenção e dois supervisores da Secretaria de Saúde. A ação foi pela manhã e cada saco de lixo tem capacidade para 20 litros. Os materiais foram enviados ao aterro.
A Pasta fez um alerta sobre cuidados com vasos de plantas antes da celebração da data. No entanto, desta vez, a maioria dos possíveis criadouros foi identificada em materiais como embalagens que envolvem flores, garrafas de água, copos plásticos, latas de refrigerantes, e criadouros fixos - neste caso, encontrados em vasos de cimento ou metal e estruturas que costumam ser perfurados para não acumular água e servir para o mosquito.
“Temos que mudar a lógica de construção desses ornamentos nos túmulos para evitar esse problema. Mesmo com furos, com o tempo o acúmulo de sujeira e de folhas acabam entupindo esses orifícios de drenagem e os vasos voltam a acumular água”, explicou o coordenador do Programa de Arboviroses e Zoonoses de Campinas, Fausto de Almeida Marinho Neto. Ele voltou a reforçar a necessidade de cuidados por visitantes em cemitérios.
“Além dos cuidados com os vasos de plantas levados em homenagem aos entes queridos que se foram, a população precisa se atentar em recolher o lixo que é gerado em dias de visitas aos cemitérios”, complementou Marinho Neto. O fluxo de visitantes em outros cemitérios também foi intenso em Finados: foram 5 mil em Sousas e 85 mil no Nossa Senhora da Conceição.
Campinas declarou epidemia de dengue em abril deste ano e a necessidade de cuidados preventivos precisa ser contínua, segundo a Secretaria de Saúde. A cidade registrou até esta segunda-feira, 6 de novembro, um total de 9.929 casos da doença provocada pelo vírus transmitido pelo Aedes aegypti. Além disso, ocorreram duas mortes, em março e junho.
Orientações para a população
A dengue provoca febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia. Caso tenha estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde de Campinas para receber atendimento médico.
Para acabar com a proliferação do mosquito transmissor é preciso evitar acúmulo de água, latas, pneus, além de vedar a caixa d’água. Os vasos de plantas devem ter a água trocada a cada dois dias, enquanto vasos sanitários inutilizados precisam ficar fechados.
A orientação da Secretaria de Saúde para pacientes com sintomas da dengue é a busca pelos centros de saúde. Os endereços e horários de atendimento estão disponíveis no site da Pasta: https://portal.campinas.sp.gov.br/secretaria/saude/pagina/centros-de-saude.