Falsa médica presa em Campinas cobrava até R$ 400 por consulta, diz Polícia

Foto: Wesley Justino/EPTV
A falsa médica que foi presa pela Polícia Civil de Campinas nesta segunda-feira cobrava até R$ 400 por uma consulta em domicílio. A informação foi confirmada pela investigação do caso, que é acompanhada com exclusividade pela EPTV.
Simone Martins Ferreira usava, desde o início da pandemia de covid-19, o número de cadastro do Conselho Regional de Medicina da médica dermatologista Simone de Abreu Neves Salles, que atua no Rio de Janeiro e jamais atendeu aqui na região — até porque seria necessário fazer um novo cadastro do CRM para atuar aqui em São Paulo.
A Polícia Civil apurou até o momento que, além de atendimento home care para idosos, ela também atuou na área de esportes. Caso do time Amparo Athletico Clube, que disputa o que seria o equivalente à quarta divisão do Campeonato Paulista de Futebol. Simone chegou a atuar em campo prestando auxílio para os times sub-15 e sub-17. Mas, em uma oportunidade, se atrasou, e fez o time perder uma partida por W.O.
Foi aí que o contrato foi rompido, como explicou o presidente do time, Luciano Antonacci, que também se colocou à disposição da Polícia Civil para ser ouvido, já que o clube foi vítima da falsa médica.
O titular da Delegacia de Investigações Gerais de Campinas, Luis Fernando de Oliveira, explica que a investigação agora está buscando por empresas que pagaram pelo serviço de Simone Martins Ferreira. Todos serão ouvidos como vítimas da falsária, que pode ter atuado em todo o interior paulista, segundo a investigação.
A Polícia também apura se esses profissionais sabiam que Simone Martins não era médica. A mulher foi indiciada pelos crimes de falsidade ideológica, estelionato tentado e exercício ilegal da medicina. Ela foi transferida para a Cadeia Pública de Paulínia.
Em nota, a defesa de Simone informou que irá demonstrar o mal-entendido no curso do inquérito policial, e que tudo será esclarecido assim que as investigações forem concluídas e todas as provas forem analisadas. Afirmou ainda que “a absoluta inocência dela será provada para que não pairem dúvidas quanto à regularidade da conduta profissional e ética”.
Com a colaboração de Wesley Justino / EPTV
* com informações da Rádio CBN Campinas