“Eu tenho Síndrome de Down, e daí?” abre congresso em Campinas com foco no combate ao capacitismo
Prefeito Dário Saadi destacou a vocação de Campinas para eventos e lembrou a relação histórica da cidade com a pauta da inclusão
Foto: Carlos Bassan / PMC
O congresso “Eu tenho Síndrome de Down, e daí?” foi aberto em Campinas na noite desta quarta-feira, 19 de novembro, no Expo Dom Pedro, com foco no combate ao capacitismo. O prefeito Dário Saadi destacou a vocação da cidade para sediar grandes encontros e reforçou a tradição na defesa da inclusão e dos direitos das pessoas com deficiência.
A cerimônia de abertura marcou o início de uma programação que se estende até 22 de novembro, com foco em vida adulta, autonomia e participação social. Ao dar boas-vindas às delegações estrangeiras, Dário Saadi reforçou o compromisso com a construção de uma sociedade que “não aceite jamais o capacitismo”. Ele também compartilhou experiências profissionais com pacientes com Síndrome de Down durante sua atuação médica e destacou a importância de encontros como este para fortalecer trajetórias de inclusão.
O congresso unifica três agendas centrais da comunidade ibero-americana: o IX Congresso Brasileiro de Síndrome de Down, o VII Congresso Ibero-americano de Síndrome de Down e o III Encontro Nacional de Autodefensoria. A iniciativa reúne delegações de 19 países e celebra os 40 anos da Fundação Síndrome de Down, reafirmando seu protagonismo na defesa de direitos, na produção de conhecimento e no enfrentamento ao capacitismo.
Entre as autoridades e representantes anunciados estavam a secretária de Desenvolvimento e Assistência Social, Vandecleya Moro; Leonice Bondi Lima, da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down; Estela Brochado, da Federação Ibero-Americana; João Manuel de Barros, do Governo do Estado de São Paulo; Tiago Ferrari, da Prefeitura de Campinas; Eduardo Romero Santos, da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência; Tiago de Melo Moraes, da área de Ciência e Tecnologia; José Francisco Kerr Saraiva, do Conselho e Curadoria da Fundação; José Wilson Messias, da FBASD; Tatiana Zamai, da FEAC; Carla Rosana Milher de Silva, da Unimed Campinas; e Odair Estopim Krian, do sistema Unicred.
“Incluir é mais do que abrir espaços, é reconhecer o valor de cada pessoa. Nossa cidade precisa continuar construindo políticas públicas que garantam autonomia, oportunidades e respeito”, destacou Vandecleya Moro. Ela complementou afirmando que “o combate ao capacitismo é uma tarefa coletiva” e que políticas bem estruturadas e atitudes de acolhimento são fundamentais para uma sociedade mais justa.
O congresso conta com a participação de mais de 100 autodefensores. A programação reúne palestras magnas, mesas interdisciplinares, workshops, rodas de conversa, laboratórios de autonomia, pôsteres e atividades culturais, consolidando-se como um dos maiores eventos dedicados ao tema.
Síndrome de Down
A organização apresentou estimativas de referência: cerca de 300 mil pessoas com Síndrome de Down vivem no Brasil (aproximadamente uma a cada 700 nascidas). O Censo 2022 registrou 14,4 milhões de pessoas com deficiência no país, sem recorte específico para a síndrome. Em Campinas, a Fundação Síndrome de Down estima em 1.300 o número de pessoas com a condição.
O município mantém cooperação com o Centro Síndrome de Down (CESD) e com a Fundação Síndrome de Down, seguindo diretrizes baseadas em inclusão com autonomia, trabalho com direitos e cuidado com respeito. A Prefeitura também apoia ações de conscientização, como a Caminhada pela Inclusão, e já sediou outras edições de eventos dedicados à temática.
Evento
Até o dia 22 de novembro, o Auditório Master e oito salas técnicas do Expo Dom Pedro recebem sessões simultâneas para um público estimado em 1.200 participantes, entre pesquisadores, profissionais, famílias e, sobretudo, pessoas com Síndrome de Down, protagonistas desta edição.