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Por Luana

Especialista considera ‘fase de transição’ e flexibilização de atividades econômicas precipitada

Segundo o economista Paulo Oliveira, as aberturas precoces podem dar início a movimentos de ‘abre e fecha’, o que prejudica a administração dos negócios

Por Luana

Foto: Lucas Selvati

Da Redação

 Anunciada pelo Governo do Estado de São Paulo no último dia 16, a “fase de transição”, que permite maior flexibilização das atividades econômicas, foi considerada precipitada na visão do infectologista André Giglio Bueno, infectologista e professor da PUC-Campinas.

Apenas de a análise do Observatório PUC-Campinas, mostrar novo decréscimo de casos e mortes na Região Metropolitana de Campinas (RMC) durante a 15ª Semana Epidemiológica, o médico reforçou que a situação da pandemia ainda exige cautela.

Entre 11 a 17 de abril, foram contabilizados 7,3 mil casos e 386 mortes na região. Houve redução de 10,5% e 6%, respectivamente, em relação à semana anterior. A melhora ocorre após o colapso do sistema de saúde no mês de março, cujo número de contaminações e óbitos atingiu o pico desde o início da pandemia. Segundo o especialista, a medida mais branda pode interromper o recente avanço no controle das transmissões.

"A palavra que nos vem à mente é precipitação. Outras opções seriam falta de cautela ou, ainda, pressão intensa de setores econômicos. O modelo de controle das fases críticas da pandemia no Estado jamais foi aquele observado em outros países, que se mostrou efetivo na redução rápida de casos, aliviando a sobrecarga do sistema de Saúde. Com a decisão já tomada pelo governo de adotar novas flexibilizações, possivelmente teremos aumento na circulação do vírus”, diz Giglio.

No Departamento Regional de Saúde de Campinas, que integra os municípios da RMC, o número de internações reduziu em quase 10% - foram 1.585 na 15ª semana contra 1.753 no período anterior -, porém, o momento da pandemia na região segue crítico. Em Campinas, as UTIs do sistema público de Saúde estão praticamente lotadas, com taxas próximas a 100%. O déficit faz com que pacientes aguardem vagas por leitos intensivos.

O professor de Medicina da PUC-Campinas avalia que “a aposta do governo é que o ritmo de decréscimo das novas internações siga a tendência atual de queda. Contudo, com o início precoce das flexibilizações, a trajetória pode mudar de direção. O grande risco é que a população, tomada por uma falsa mensagem de controle na circulação do vírus, relaxe nas medidas de prevenção”.

Os dados atualizados da covid-19 nos municípios paulistas, incluindo a RMC, podem ser obtidos no Painel Interativo do Observatório: https://observatorio.puc-campinas.edu.br/covid-19/.

Economia

Segundo o economista Paulo Oliveira, que coordena as análises relativas à covid-19 no Observatório PUC-Campinas, as aberturas precoces podem dar início a movimentos de “abre e fecha”, o que prejudica a administração dos negócios. O ideal seria uma intensificação de ações governamentais de proteção aos setores mais afetados.

“Seguimos afirmando que, sem medidas realmente efetivas de proteção da renda e do emprego, e diante do atual cenário econômico, social e sanitário, a retomada da atividade econômica vai ser lenta, tanto no âmbito nacional como regional. Flexibilizações precoces, que exigem novas restrições em prazos muito curtos, não contribuem para a retomada sustentada das atividades econômicas”, destacou.

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