Empresas de Itatiba antecipam operações com EUA e mantêm Argentina como principal destino das exportações

Foto: Divulgação / Viracopos
O comércio exterior de Itatiba apresentou um comportamento atípico em julho, influenciado pela expectativa de aumento de tarifas sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos, em vigor em agosto. Em sintonia com a tendência observada na Região Metropolitana de Campinas (RMC), empresas locais se anteciparam e aceleraram tanto embarques quanto compras externas, principalmente com os EUA, que é o segundo maior destino das exportações do município (22,1%) e o terceiro maior fornecedor de importações (8,9%).
A Argentina foi o principal parceiro comercial de Itatiba nas exportações, respondendo por 35,9% das vendas externas, seguida pelos Estados Unidos (22,1%) e Chile (9,2%). No sentido inverso, as importações foram lideradas pela China (32%), seguida pela Alemanha (12,1%), França (6,3%) e Paraguai (7%).
O perfil exportador do município tem forte apelo industrial e tecnológico. Em julho, os produtos mais exportados foram fios e cabos elétricos (13,7%), instrumentos de medição e controle (8,6%), bombas de ar ou de vácuo (8,4%), móveis (7,5%) e silicones (5,6%). Já nas importações, destacaram-se bombas e exaustores industriais (14%), fios e cabos (7,4%), compostos químicos (5,2%), partes e acessórios para veículos automotivos (3%) e silicones (2,6%).
O movimento antecipado das operações comerciais com os EUA refletiu em números positivos tanto nas exportações quanto nas importações. Apesar do crescimento nas vendas para o mercado norte-americano, o volume de compras externas vindas de lá manteve o déficit comercial com o país.
Especialistas indicam que o “tarifaço” americano está estimulando as empresas a reprogramarem seus embarques, o que pode inflar temporariamente os números de julho, mas que pode levar a uma retração nos meses seguintes, caso as novas taxas tornem os produtos brasileiros mais caros no mercado dos EUA.
NA RMC
Os dados da Comex Stat também mostram mudanças no fluxo comercial. Em julho, proporcionalmente, Santa Bárbara d’Oeste registrou o maior aumento nas importações vindas dos Estados Unidos: 309,69%, saltando de US$ 415,91 mil (R$ 2,27 milhões) para US$ 1,65 milhão (R$ 9,3 milhões). As compras se concentraram em osciloscópios, analisadores de espectro, outros instrumentos, torneiras e válvulas de pressão. Na sequência aparecem Holambra (411,04%), Paulínia (199,65%) e Hortolândia (93,24%).
Nas exportações para o mercado norte-americano, Artur Nogueira liderou o crescimento proporcional no mês, com alta de 348,67%, passando de US$ 35,83 mil (R$ 196,13 mil) para US$ 160,76 mil (R$ 880 mil), com destaque para sumo de fruta e óleos essenciais. Hortolândia vem na segunda posição (258,72%), seguida de Cosmópolis (253,27%), Santa Bárbara d’Oeste (122,17%) e Vinhedo (113,73%).