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Casos de dengue dobram em duas semanas em Campinas

Por Roberto

Por Ronnie Romanini / Correio Popular

O número de casos confirmados de dengue em Campinas dobrou em apenas duas semanas. Até a manhã de quarta-feira, 29, a metrópole acumulava 908 diagnósticos da doença e mais 2,2 mil em investigação. Entre o dia 1º de janeiro e 15 de março eram 453 episódios confirmados. A forte alta é representada pelas 455 confirmações em apenas 14 dias. Os 908 casos simbolizam um aumento de 70% em relação aos três primeiros meses de 2022.

A Coordenadoria de Vigilância de Agravos e Doenças, da Secretaria Municipal de Saúde emitiu um alerta destinado aos profissionais e estabelecimentos da rede municipal de saúde dos setores públicos e privados após a detecção de um caso autóctone entre os cinco confirmados de chikungunya. Isso significa que a infecção aconteceu na cidade e não fora. No ano passado Campinas registrou apenas 2 casos autóctones e 17 importados de chikungunya.

O cenário epidemiológico das arboviroses indica que este ano pode ser pior do que 2022. No ano passado, foram 11,2 mil registros de dengue, número inferior apenas aos dos anos de 2019, 2015, 2014 e 2007, colocando 2022 como o quinto com mais confirmações da doença desde 1998. Os meses de janeiro e fevereiro de 2023 já acumularam mais casos do que os mesmos meses do ano anterior.

O coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto de Almeida Marinho Neto, explicou que tradicionalmente é esperado um crescimento durante o período sazonal para a dengue, que vai de janeiro até maio, mas que ganha mais força a partir de março. Porém, outras circunstâncias influenciaram na disseminação do mosquito Aedes aegypti este ano.

"Nós tivemos mais chuvas e também estamos tendo temperaturas altas. São condições que favorecem muito a multiplicação dos mosquitos transmissores. O calor favorece a saída do mosquito da fase de vida do ovo para adulto em menos tempo que o normal. Ele gosta mais do calor, e como tivemos muitas chuvas a quantidade de criadouros aumenta e temos mais mosquitos circulando por causa da reprodução deles.” Além disso, é necessário não se descuidar e manter atenção com os criadouros dentro de casa.

"A gente acredita em mais casos este ano, mas teremos certeza somente com o decorrer do tempo. São muitos ainda em investigação, mas estamos correndo atrás com medidas de prevenção para tentar bloquear a transmissão. Estamos intensificado também o controle de criadouros e realizando várias ações em parcerias entre as Secretarias para tentar conscientizar a população e mitigar ao máximo os pontos de criadouros do mosquito."

Embora a maior parte dos criadouros esteja dentro de imóveis residenciais, é necessária uma ampla aliança para evitar a proliferação do mosquito.

Pensando nisso, a Prefeitura lançou na quinta-feira, dia 30, o programa "Compromisso PMC Contra as Arboviroses", uma iniciativa do Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses.

A ideia é orientar e conscientizar os servidores sobre a necessidade da eliminação dos criadouros do Aedes aegypti. O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), destacou que é importante a Administração ter um olhar interno e se engajar no enfrentamento das arboviroses nos serviços municipais. O programa tem duração prevista de 15 semanas e vai atingir todos os equipamentos da Prefeitura.

"É um compromisso de nós servidores que também estamos cuidando do nosso ambiente de trabalho. Estamos estimulando servidores, Secretarias, para olharem as escolas, serviços de saúde, de esporte, tudo que tem relação direta ou indireta com a Prefeitura para que tenhamos um controle de criadouros nesses locais com um olhar mais apurado", ressaltou o coordenador do programa de Arboviroses.

Outros números

Em quase todos os casos (97,4%) os pacientes tiveram febre. Entre os outros sintomas mais comuns estão dores de cabeça (69,7%) no corpo (68,4%) e nos olhos (31,6%).

Vômito é um sinal comum em um a cada cinco casos. Precisaram de hospitalização 2,4% dos pacientes. A faixa etária com mais registros de dengue até o momento é a de 20 a 29 anos, 203.

A região Norte contabilizou 375 casos, uma incidência de 161 infecções a cada 100 mil habitantes. Na sequência, com um número considerável, está a região Leste (239 confirmações e incidência de 92,2). Sul, Sudoeste e Noroeste fecham a lista com, respectivamente, 130, 103 e 55 registros, a região Sudoeste tem menos casos que a Sul, mas maior incidência por 100 mil habitantes: 47,3 contra 39.

Chikungunya

Fausto de Almeida Marinho Neto também comentou sobre chikungunya, citando que há um padrão diferente nos casos importados este ano. "Temos poucos casos autóctones, mas temos observado que no cenário nacional a doença está em diversos estados. No ano passado, a maioria dos casos importados vieram do Norte, mas já vimos um padrão diferente em 2023. Minas Gerais está com uma transmissão relevante no ano e a maior parte dos casos foram importados de lá. Vemos que está se aproximando. É bem possível que se não este ano, mas no ano que vem, tenhamos casos autóctones mais presentes no município."

O único caso local até o momento é na região do Centro de Saúde Santos Dumont e está sendo considerado como secundário a outro registro da doença por dois motivos: um dos pacientes infectados fora da cidade passou o período de transmissão em Campinas e está cerca de 150 metros distante do paciente autóctone. Fausto explicou que é provável que um mosquito tenha picado esse paciente infectado e depois transmitiu para o que não saiu de Campinas.

No comunicado enviado às equipes de Saúde de Campinas, a Coordenadoria de Vigilância de Agravos e Doenças determina a notificação obrigatória de todos os pacientes que atendam aos critérios de casos suspeitos de chikungunya, com a adequada investigação e manejo clínico. Os sintomas da chikungunya são muito parecidos com os da dengue, mas a característica principal é a combinação de febre com a artralgia, dor que pode acometer várias articulações ao mesmo tempo. Em um processo agudo da infecção, a pessoa tem dificuldades de locomoção por causa da dor.

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