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Por Redação

Casos de covid-19 caem 78%, mas é cedo para comemorar

Especialistas alertam que feriado de Carnaval ainda é motivo de preocupação

Por Redação

A chegada da variante da covid-19, Ômicron, em Campinas coincidiu com o período de surto de H3N2 - o que lotou as unidades de saúde, causando um sufocamento nas unidades hospitalares da cidade na virada do ano. Dois meses depois, a média de casos diários de covid-19 teve uma queda abrupta de 78% em fevereiro em relação ao mês de janeiro, conforme dados disponíveis no "Painel Covid-19" de monitoramento de dados da doença em Campinas. A queda acentuada dos casos de contaminação corresponde às expectativas acerca do comportamento da Ômicron. Por outro lado, a curva de óbitos permaneceu estável e ainda deve demorar algumas semanas para cair.

Em 2022, Campinas teve uma média diária de 233,2 casos contabilizados - cálculo realizado até o dia 20 de fevereiro. Essa média é impulsionada pelo mês de janeiro, quando cerca de 336,4 casos foram confirmados por dia - 10.429 no total. O mês - e o ano de 2022 - começou com cerca de 360 pessoas com sintomas de covid-19. Quatro dias depois, no dia 5, o número dobrou e atingiu o recorde negativo de 2022, com 727 pessoas sintomáticas, sendo que 16 delas com mais gravidade. Quase duas semanas depois, em 17 de janeiro, Campinas teve o dia com mais casos graves notificados: 56 dos 396.

Em fevereiro, com um total de 1.464 casos até o momento, a redução na média de contaminações foi expressiva: cerca de 78%, com a média de 73,2 confirmações/ dia. O mês começou com 136 casos e seis dias depois, 7 de fevereiro, o pico do mês foi atingido com 140. Dois dias depois, no dia 9, foram 100, o último dia em que esse número foi registrado na cidade. Desde então há uma queda clara, culminando em apenas 16 casos registrados de acordo com o início dos sintomas no dia 20 desse mês. Os casos graves também estão em índice inferior ao de janeiro, sendo que desde o dia 11 o número fica abaixo de dez. No mês passado isso aconteceu apenas no dia 2 de janeiro.Óbitos

Se o número de casos está em queda, o de óbitos permanece com um índice semelhante ao do início do ano, com uma média ligeiramente superior de mortes em fevereiro. Especialistas já afirmavam que primeiro a queda seria representada por uma diminuição na busca por atendimento, depois na confirmação de casos, hospitalizações para só depois chegar aos óbitos. Em relação às mortes, os dados são do dia 1º de janeiro até o dia 23 de fevereiro.

O mês passado registrou, até o momento, 150 óbitos a partir da data de ocorrência. O dia 18 de janeiro foi o primeiro do ano em que 10 pessoas morreram. O pico de óbitos em janeiro foi nos dias 26 e 27, com 14 vítimas da covid-19 em cada dia. A média diária de falecimentos em janeiro estava em 4,8 por dia. Até o dia 23 de fevereiro, foram 120, uma média diária de 5,2. No ano, em média cinco pessoas perderam a vida em decorrência da doença em Campinas. Vale frisar que tradicionalmente alguns óbitos são confirmados semanas ou até meses após a data de ocorrência. Os números da matéria foram em cima da atualização feita pela prefeitura no "Painel Covid-19" no dia 25 de fevereiro.

O médico infectologista do Hospital da Pontifícia Universidade Católica (PUC) Campinas, André Giglio Bueno, afirmou que "os casos estão com uma tendência consistente de queda, é questão de tempo para que a curva de óbitos naturalmente acompanhe a de casos. Em um momento anterior estávamos com uma ligeira ascensão de óbitos, agora estamos em um patamar estável e a tendência é de queda. Há esse atraso de duas, três semanas entre uma curva e outra, que é o tempo justamente que leva para a pessoa se contaminar, ser hospitalizada e falecer. É um atraso natural".

Preocupação com o carnaval

Pelo segundo ano consecutivo estão proibidos eventos carnavalescos em Campinas, o que inclui desfile de escolas de samba, blocos de rua e festas em espaço privado. De acordo com a Prefeitura, todos os eventos que se caracterizem como Carnaval serão suspensos se forem flagrados.

Também estão sendo fiscalizados os estabelecimentos abertos para garantir o cumprimento da ocupação de até 70% da capacidade de público sentado. Porém, a taxa é reduzida para 50% no caso de público em pé. A ação visa bares, restaurantes e locais de entretenimento, cultura, esportes e lazer.

A preocupação é com a alta transmissibilidade da Ômicron que poderia contaminar muitos ainda suscetíveis durante o Carnaval e interromper a queda de novos casos. O infectologista da PUCCampinas falou sobre a possibilidade.

"Mesmo com o cancelamento de festas oficiais o Carnaval está acontecendo dentro de bares, clubes, ruas... então há o risco, visto que é uma variante bastante transmissível e que boa parte da população não tem três doses. Sabemos que quem não tomou a dose adicional não tem uma proteção tão boa contra infecção pela Ômicron. Então uma pessoa pode perfeitamente adquirir o vírus com duas doses. A preocupação é que a gente possa observar uma das duas mudanças: ou a contaminação parar de cair ou mesmo ter um aumento rápido e pontual de novos infectados. No período de uma semana, dez dias após o Carnaval, será possível observar se haverá um aumento na procura por atendimento e de diagnósticos, já que essas pessoas infectadas podem começar a apresentar os sintomas ainda nessa semana ou na semana que vem."

Escrito por:

Ronnie Romanini/ Correio Popular

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