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Por Marcio

Caso Victória: Família oferece recompensa por informações relevantes à morte da estudante

A jovem estudante Victória Mafra Natalini foi encontrada morta na Fazenda Pereiras, em Itatiba

Por Marcio

Foto: Reprodução/Facebook

Da Redação

Após oito anos da morte da jovem Victória Mafra Natalini em Itatiba, a família ainda busca por justiça e agora está oferecendo recompensa de R$ 50 mil para quem tiver alguma pista sobre o que realmente aconteceu no dia 11 de setembro de 2015 na Fazenda Pereiras.

A jovem na época com 17 anos, veio para o município junto com outros estudantes da Escola Waldorf Rudolf Steiner, de São Paulo, e ficariam hospedados por uma semana na fazenda para que pudessem fazer uma atividade escolar, porém, a viagem terminou de forma trágica, com o desaparecimento e morte de Victória.

Como a morte foi cogitada como “causa natural”, já que o corpo não apresentava sinais de violência, o caso foi dado por encerrado. Mas, a família não acredita nessa possibilidade e iniciou sua própria investigação. A partir daí, vários fatos foram revelados e que passaram despercebidos no trabalho inicial da Polícia e do Instituto Médico Legal (IML).

Entrevista exclusiva

Na última quarta-feira, dia 22, o pai da jovem estudante, João Carlos Natalini, em companhia da vereadora, ativista social e humanitária, Lucinha Motta, reconhecida por sua luta por justiça após o assassinato da filha Beatriz em 2015, que tinha sete anos de idade, no colégio em que estudava no município de Petrolina-PE e de Freddy Ponce, investigador criminal e presidente da City Group, em Miami, nos EUA, estiveram na Central de Rádio e Notícias (CRN-AM/1.420khz), participando do Jornal do Meio-Dia, coma apresentação de Eva Franco.

Natalini relembrou o caso, falou sobre as investigações particulares que ainda realiza para tentar desvendar esse mistério e também, sobre a recompensa que está à disposição de quem tiver informações concretas sobre o caso.

Confira a entrevista na íntegra com o pai da jovem estudante Victória Mafra Natalini:  

EVA FRANCO: No início, a morte da Victória foi considerada suspeita, sendo a principal causa cogitada é que ela (morte) teria acontecido por causas naturais, já que o corpo não apresentava lesão aparente evidenciando um crime. Quais foram os desdobramentos desde então? O senhor ainda busca por respostas?

JOÃO NATALINI: Sim! Busco por respostas no que tange a autoria do crime que vitimou minha filha. Achamos muito estranho tudo o que tinha acontecido, primeiro por ela ter sido encontrada num local completamente diferente da direção em que ela se dirigia. Ela saiu para ir ao banheiro e foi encontrada numa distância de 1.200 metros numa direção diferente e que chamou muito a atenção. Apesar de termos insistido com as autoridades policiais de Itatiba para aprofundar as investigações, não houve colaboração da polícia. Então tivemos que trazer o inquérito para São Paulo e o DHPP iniciou algumas investigações sendo desenvolvidas bem, de início, porém, depois perderam o foco. Recentemente conseguimos uma conquista importante colocando no banco dos réus os professores responsáveis pelo trabalho de campo e os gestores da escola envolvidos com o caso e que hoje respondem esse processo criminal que vamos acompanhar para que o processo seja levado até o fim e que eles sejam responsabilizados nos termos da lei. Tomamos a liberdade de buscar a área aqui de Itatiba para que pudéssemos fazer um comunicado à população que já existe todo um clamor popular por justiça no caso da minha filha e que poderia ter sido resolvido muito antes se a polícia tivesse tido mais empenho no início das investigações aqui mesmo na cidade. Não é possível que dentre a comunidade de Itatiba e região, nenhuma pessoa tenha ouvido falar a respeito do caso ou conheça alguém que esteja ligado ou próximo a esse caso que possa nos trazer algum tipo de informação e que possa nos levar ao autor disso. Ao contrário, temos certeza que existe e estamos oferecendo uma recompensa, nos moldes norte-americano, que está sendo custodiada por uma empresa que está administrando isso e, em face de informações que nos leve ao autor do crime, nós vamos fazer esse pagamento garantindo total sigilo às informações que possam nos ajudar nesse sentido.

EVA FRANCO: Existe a possibilidade desse caso ser reaberto, já que ele foi arquivado?

JOÃO NATALINI: Sim! Basta trazermos outras informações que sejam relevantes a investigação para que a polícia possa pedir o desarquivamento do caso e seguir com as investigações. De qualquer forma, nós não paramos nossas investigações já que, da mesma forma como houve um laudo que foi emitido pelo Instituto Médico Legal de Jundiaí sendo um laudo completamente enganoso em seu resultado final dizendo que ela provavelmente tivesse morrido de causas naturais e nós derrubamos esse laudo com a nossa perícia que foi gerenciada por peritos da maior relevância dentro dessa área de atuação, doutor Osvaldo Negrini, doutor Badan Palhares, eles derrubaram esse laudo do IML de Jundiaí.

EVA FRANCO: Foi comprovado que ela foi asfixiada não é?

JOÃO NATALINI: Foi! Não só haviam sim marcas no corpo que davam para fazer toda avaliação de uma dinâmica do que aconteceu como também existem diversos materiais tanto do Instituto de Criminalística quanto do IML que permitiram que fosse feito toda uma avaliação que desenhasse a dinâmica do que aconteceu com minha filha. Ela foi asfixiada, taparam a boca e o nariz dela muito provavelmente num momento em que ela tentava se defender sendo a pessoa muito mais forte que ela impossibilitando-a de gritar por socorro e acabou asfixiando a menina. É uma coisa horrorosa, um monstro que hoje ainda está solto e que pode vitimar outras pessoas e é por isso que faço um apelo de pai, vindo do meu coração para todas as pessoas da comunidade de que, se alguém souber de qualquer informação que nos traga por gentileza evitando assim que outras famílias tenham o sofrimento parecido com o da minha.

EVA FRANCO: São oito anos de sofrimento não é?

JOÃO NATALINI: Já, são oito anos de sofrimento, de luta incessante, de suor e sangue que foram perdidos em cima disso quando poderiam ter sido melhor empregados na educação e na formação da minha filha para que ela pudesse ser uma pessoa que pudesse produzir, que pudesse ser feliz e que tinha toda uma vida pela frente.

EVA FRANCO: O que o senhor mais deseja hoje?

JOÃO NATALINI: O que mais desejo hoje é paz! É trazer paz inclusive para toda minha família. Nosso convívio familiar foi duramente testado, atacado com o que aconteceu com minha filha e, desde então, inclusive jovens da família têm traumas que são devidos a toda essa ocorrência. Eu mesmo tenho minha saúde abalada porque o desgaste físico, emocional, psicológico e até espiritual é extremamente grande. Houve um distanciamento muito grande das pessoas da escola que poderiam nos ajudar, dos administradores da escola que poderiam nos ajudar. Dizem que estão colaborando com a Justiça, dizem que colocaram pessoas para cuidarem dos alunos, mas, na verdade existiam dois professores para cuidar de 34 alunos, não havia nenhum tipo de controle desses alunos que estavam colocados na fazenda em locais que, as vezes, nem eram visíveis e deveriam estar monitorados, deveria existir um sistema de segurança, o que não existia, deveria existir um plano de contingência para qualquer tipo de ocorrência, seja um aluno passando mal, um acidente que pudesse ocorrer e não existia nada disso. Não foram os professores que chamaram as autoridades, ao contrário, quando eles perceberam horas depois o sumiço da minha filha eles colocaram os próprios alunos na busca da menina no meio do mato, o que poderia trazer outras ocorrências graves e, somente quando já começava escurecer é que a cozinheira da fazenda entrou em desespero com o que estava acontecendo, entrou em contato com a Defesa Civil para relatar isso e, somente às 19h15 os professores foram até a Delegacia de Itatiba para registrar o desaparecimento dela informando que ela tinha ido ao banheiro às 14h30 e apenas às 20h eles entraram em contato comigo para avisar, ou seja, uma negligência criminosa por parte da escola e que hoje, ainda bem, estamos com isso encaminhado para que seja resolvido na Justiça. Nosso objetivo agora é irmos atrás do autor, com informações objetivas que nos levem a esse autor para que possamos colocá-lo atrás das grades e fazê-lo responder na forma da lei.

EVA FRANCO: Se alguém tiver alguma informação ou mais detalhes, como deve proceder?

JOÃO NATALINI: Primeiro pode ser pelas redes sociais onde temos perfis no Facebook (Victoria Natalini Justiça) e também no Instagram (Victoria Natalini Vive) e convido a todos até para conhecer mais a respeito da história, do que aconteceu na Fazenda Pereiras aqui em Itatiba e também desaconselhamos muito qualquer tipo de participação a qualquer tipo de evento pois é um local perigoso, inclusive com animais peçonhentos e selvagens onde já foram registrados outros tipos de ocorrências. A fazenda não tem estrutura para realizar nenhum tipo de evento nesses moldes porque é um lugar completamente rústico. Eles não tem uma preparação, foram escolhidos exclusivamente porque os donos são ex-aluno e ex-professora da escola e eles têm uma ligação comercial com a escola que, hoje em dia não faz mais uso da fazenda porque os pais dos alunos não querem mais o local para esse tipo de excursão exatamente pela periculosidade do lugar e isso também consta no inquérito policial. Temos também um telefone WhatsApp (11) 97694-9014 e estamos disponíveis a qualquer informação que nos ajude a esclarecer esse caso.

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