Campinas reforça orientações contra o Aedes aegypti após confirmar 1ª morte por chikungunya
Campinas registra cinco casos confirmados da doença, sendo três com transmissão no Município; veja o que foi feito pela Prefeitura na região dos casos; vetor da doença é o mesmo da dengue

Foto: Carlos Bassan / PMC
A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou nesta terça-feira, 20 de maio, a primeira morte por chikungunya. Trata-se de um homem de 49 anos, residente na área de abrangência do Centro de Saúde (CS) Jardim São Marcos.
Ele tinha comorbidades e apresentou início de sintomas em 25 de março. Foi internado em hospital da rede pública em 28 de março e morreu em 3 de abril. A Administração lamenta o óbito e se solidariza com a família.
Neste ano, Campinas registrou três casos autóctones da doença (todos na mesma região, incluindo a morte), um caso importado de outro estado e outro que não foi possível confirmar se a transmissão ocorreu dentro ou fora do Município.
Em 2024 foram confirmados 12 casos em residentes de Campinas: quatro autóctones, quatro importados e quatro com locais de infecção indeterminados.
Casos autóctones em 2025
Mulher, 57 anos, com comorbidades e início de sintomas em 8 de fevereiro. Foi atendida pela rede pública;
Homem, 49 anos, com comorbidades e início dos sintomas em 25 de março. Foi atendido pela rede pública e morreu em 3 de abril;
Homem, 72 anos, com comorbidades e início de sintomas em 7 de abril. Foi atendido pela rede pública.
Outros casos de 2025
Homem, 26 anos, sem comorbidade e com início de sintomas em 8 de janeiro. Foi atendido pela rede pública. Caso importado de outro estado.
Mulher, 21 anos, sem comorbidade e com início de sintomas em 19 de janeiro. Foi atendida pela rede pública. Tem histórico de viagem para outros municípios e estado.
Ações na região do CS São Marcos
Na semana passada funcionários da Secretaria de Serviços Públicos retiraram 105 toneladas de resíduos descartados irregularmente nos bairros que fazem parte da área de referência do CS Jardim São Marcos.
Entre janeiro e maio, também nesta área onde ocorreram os casos foram feitas ações de prevenção e controle da Saúde, como busca ativa de outros casos suspeitos, sensibilização de profissionais do CS para suspeita precoce e investigação adequada de todo caso suspeito, além de controle de criadouros, telagem de caixa d’água e nebulização.
Assistência e diferenciação
A Secretaria de Saúde informa que a doença causada pelo vírus chikungunya, além de ser transmitida pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, se manifesta principalmente com febre, dor de cabeça e dor no corpo, mais frequentemente nas articulações. Em uma grande proporção dos casos, a diferenciação entre dengue e chikungunya só é possível por meio de exames laboratoriais específicos para cada doença.
A chikungunya, sobretudo em pacientes com comorbidades, pode progredir com diversas complicações, incluindo neurológicas e cardíacas, o que pode levar a formas graves e risco de morte. Pacientes com chikungunya podem evoluir com manifestações clínicas prolongadas, principalmente articulares, por períodos de semanas ou meses.
Por esse motivo, qualquer pessoa que apresente febre de início súbito acompanhada de outros sintomas como dor de cabeça, dores musculares e articulares ou manchas no corpo deve procurar por atendimento médico para ser avaliada como possível caso de dengue ou chikungunya.
Assim como já recomendado em relação à dengue, todo caso suspeito de chikungunya deve ser avaliado quanto à presença de possíveis sinais de alerta e o atendimento deve seguir o protocolo de classificação de risco e manejo clínico para arboviroses.
A chikungunya é doença de notificação compulsória e todo caso suspeito deve ser investigado laboratorialmente
Manifestações clínicas que devem levantar a suspeita de chikungunya
Febre
Dores nas articulações
Edema nas articulações
Dor nas costas
Dores musculares
Dor de cabeça
Manchas vermelhas pelo corpo
Prurido (coceira) na pele
Conjuntivite
Sinais de alarme que devem levar à procura imediata por atendimento
Tontura
Dor abdominal
Vômitos
Suor frio
Sangramentos espontâneos
Sensação de desmaio
Palidez
Diminuição da urina
Dificuldade de respirar
Manchas roxas na pele
Agitação, sonolência ou confusão mental
Orientações
Estatísticas do Ministério da Saúde mostram que de 75% a 80% dos criadouros do Aedes aegypti estão nas residências. Com isso, a melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
Arboviroses: o que já foi feito em 2025?
Controle de criadouros do Aedes aegypti: 409.252 visitas a imóveis (até 24/4).
Nebulização: visitas a 91.229 imóveis (até 24/4).
Nove mutirões para prevenção e combate ao Aedes aegypti (até 17/5)
17,5 mil toneladas de resíduos retirados em ações (até 27/4).
97 lideranças de bairros capacitadas (de dezembro de 2024 a 10/5).
250 servidores brigadistas.
300 servidores capacitados.
Monitoramento de pacientes com suspeita de dengue: 65.807, sendo 20.570 reencaminhados aos serviços de saúde (desde fevereiro de 2024 até 23 de abril de 2025)
53 capacitações para profissionais de saúde.
Instalação de armadilhas contra o Aedes aegypti em pontos estratégicos.
Comitê de prevenção
A Prefeitura conta com um Comitê de Prevenção e Controle de Arboviroses desde 2015, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos, Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Desenvolvimento e Assistência Social. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa. No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.