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Foto: Divulgação

A ação de prevenção ao câncer de pele realizada na última segunda-feira (14) pelo Centro de Oncologia Campinas atendeu 340 pessoas e constatou que quase metade delas apresentava algum tipo de lesão suspeita. Devido à grande procura, o término da campanha, que deveria ocorrer às 16h, foi prorrogado até as 18h. Durante nove horas, cinco médicos, entre dermatologistas e oncologistas, trabalharam para avaliar manchas e pintas dentro da Campanha Junho Preto de conscientização do câncer de pele melanoma.

Do total de 340 pessoas atendidas, 181, ou 53,23%, tiveram diagnóstico normal. Outras 43 (12.64 %) apresentaram suspeita de carcinoma basocelular (CBC); 18 (5.294%) de carcinoma espinocelulares (CEC) e 10 (2.941%) de melanoma. O levantamento estatístico feito pelo Centro de Oncologia Campinas indicou que 86 dos casos suspeitos (25.29%) eram de alto risco e que 34 deles necessitavam de agendamento de biópsia.

Dentre os participantes, 42 realizaram dermatoscopia com a médica Eliane Moreno, dermatologista com ênfase em oncodermatologia. Trata-se de um exame de imagem não invasivo para detecção de lesões de pele, que possibilita 92% de diagnóstico e identificação de lesões ainda em fase inicial.

Todos os casos suspeitos foram encaminhados ao Sistema Único de Saúde (SUS) municipal. Os médicos elaboraram documentos com diagnóstico e indicação para procedimentos, seja de biópsia ou de confirmação e acompanhamento. A ação realizada pelo COC contou com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas.

Perfil dos participantes

Todos os participantes preencheram um formulário com informações importantes para traçar o perfil de risco e incidência ao câncer de pele. O oncologista Fernando Medina, diretor clínico do COC, destaca que a grande maioria dos participantes (72,64% ou 247 pacientes) relataram exposição ao sol.  “A exposição prolongada ao sol é um dos principais fatores de risco para câncer de pele”, reforça.

Destes, 49,70% (169) trabalham ao ar livre, o que aumenta a exposição aos raios UV.   “Este grupo, em particular, está mais suscetível ao desenvolvimento de lesões cutâneas relacionadas ao sol”, acrescenta 

A campanha apontou ainda que 2,94% (10) dos participantes já realizaram bronzeamento artificial. “Apesar de ser uma porcentagem baixa, o uso de bronzeamento artificial é um fator de risco significativo para melanoma”, explica Medina. 

Outro importante dado se refere à presença de nevos. 36,17% (123) dos participantes apresentaram nevos, que são pequenas lesões pigmentadas de pele. “Nevos podem evoluir para Melanoma, especialmente em pacientes com múltiplos nevos ou nevos atípicos”, informa o oncologista. 

O risco de câncer de pele aumenta com a idade devido à maior exposição acumulada aos raios UV.  Neste aspecto, a campanha atingiu um público-alvo, já que os pacientes na faixa de 50 a 69 anos representaram 57,05% dos atendimentos, com idade mediana de 63 anos. 

Medina também observou que apenas 10,88% dos pacientes (37) realizaram biópsias anteriores.  “A baixa taxa de biópsias pode indicar subdiagnóstico de lesões suspeitas”, afirma. “A alta incidência de CBC (12,64%) e CEC (5,29%) reforça a necessidade de medidas preventivas, como proteção solar, monitoramento de nevos e realização de biópsias em lesões suspeitas”, orienta.

Tipos de câncer

O câncer de pele não melanoma é o tipo mais comum de câncer de pele, caracterizado por crescimento anormal de células cutâneas, geralmente associado à exposição solar crônica. No Brasil, representa cerca de 30% de todos os cânceres diagnosticados.

“O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 220 mil novos casos de câncer de pele não melanoma por ano, no triênio 2023-2025. O Carcinoma Basocelular (CBC) é o tipo mais comum e representa de 70% a 80% dos casos. Tem crescimento lento e raramente metastatiza”, detalha Medina. Metástase é quando o câncer se espalha para outros órgãos do corpo.

De 20% a 30% dos casos de câncer de pele não melanoma são Carcinomas Espinocelulares (CEC), que se originam nas células escamosas da epiderme, especifica Medina. “Esse é um tipo mais agressivo do que o Carcinoma Basocelular, com maior potencial de metástase, de 2% a 5%”, especifica.

O melanoma é o tipo mais agressivo e com alto risco de metástase. Por ano, são diagnosticados no Brasil 8.450 novos. Conforme o Inca, a doença responde por até 4% das neoplasias malignas de pele e tem origem nas células produtoras de melanina (substância que determina a cor da pele). O prognóstico positivo do melanoma está diretamente ligado à detecção precoce.

As lesões malignas de pele normalmente têm mais de 6mm de diâmetro. É motivo de alerta sinais como pequenas feridas que não cicatrizam; crescimento da mancha; ocorrência de vermelhidão, inchaço, coceira ou sensibilidade; e mudança do aspecto ou da cor.

SOBRE O COC

O Centro de Oncologia Campinas dispõe de uma equipe multidisciplinar para oferecer todos os níveis de cuidados aos pacientes, incluindo serviços complementares ao tratamento. Possui salas de imagens, de quimioterapia, radioterapia, análises clínicas e imunoterapia. Também realiza atendimentos nas áreas de oncogenética, psico-oncologia, odonto-oncologia, oftalmologia e hematologia, dentre outras.

Recentemente, o COC foi “Acreditado com Excelência” pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Conquistou o selo ONA nível 3 – classificação máxima. Também inaugurou o Centro de Endoscopia Digestiva, que realiza procedimentos diagnósticos, terapêuticos e de prevenção das lesões do aparelho digestivo alto (esôfago, estômago e duodeno) e baixo (cólon).

Mais de 30 médicos compõem o Corpo Clínico do Centro de Oncologia Campinas. Na sua maioria, especialistas detentores de excelência técnica, resultado da natureza e origem de suas respectivas formações. Serviços de nutrição, educação física, fisioterapia, odontologia e farmácia complementam os cuidados dentro da instituição, que atende mais de 30 convênios médicos.

O Centro de Oncologia Campinas carrega 48 anos de história e tradição no tratamento oncológico. Fica localizado à Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas. O telefone de contato é (19) 3787-3400.