Bióloga itatibense lidera iniciativa de recuperação ambiental no campo

Foto: Divulgação
A bióloga e escritora Daniele Fumachi, conhecida pela coluna "Papo Verde" no Jornal de Itatiba, acaba de iniciar uma nova fase de sua atuação ambiental com o projeto Terra Viva, que será implantado em áreas rurais do município.
Com trajetória iniciada no Zooparque de Itatiba, Dani uniu desde cedo sua paixão pela escrita e pela ciência, com foco em educação ambiental.
“Comecei escrevendo para crianças, criando materiais sobre os biomas. Foi uma forma de traduzir o conhecimento científico de forma acessível, e desde então não parei mais”, conta.
De Itatiba para a ONU
A atuação de Daniele chamou atenção até da Organização das Nações Unidas (ONU), com quem passou a colaborar após concluir a faculdade de Biologia.
A convite da entidade, participou de um projeto de conservação de solos em Corumbá (MS), na divisa com a Bolívia, região afetada pela desertificação causada por monoculturas intensivas e abandono da terra.
“A ONU entrou com o projeto justamente para trabalhar junto com as comunidades locais na recuperação do solo. Foi ali que nasceu o Terra Viva”, explica.
Agora, o projeto chega a Itatiba com apoio da USP (Universidade de São Paulo). O objetivo é criar um modelo de manejo simples e acessível para pequenos agricultores, permitindo que eles mesmos recuperem solos degradados por anos de uso intensivo.
“Queremos entregar um passo a passo viável, que possa ser aplicado sem depender de grandes tecnologias. Vamos começar com 13 alqueires no Morro Azul e expandir para outras áreas como o Mombuca”, afirma Daniele.
Girassóis
Uma das estratégias do projeto é o uso de girassóis. Segundo pesquisas, a planta tem alto potencial de redução de alumínio no solo, um dos principais fatores que inviabilizam a produção agrícola.
“O girassol tem duas funções importantes: ajuda a recuperar o solo e ainda gera renda ao produtor. É uma cultura que exige pouco investimento e oferece retorno social e ambiental”, destaca.
Impacto social
O Terra Viva também busca incentivar a produção em pequena escala, contribuindo para segurança alimentar, economia local e uso sustentável da terra.
“Muitos deixaram de plantar por não conseguirem retorno financeiro. Nosso objetivo é mostrar que, com manejo adequado, é possível produzir, comercializar em feiras, abastecer escolas e ainda preservar o meio ambiente”, diz.
A previsão é que os primeiros resultados surjam em cerca de um ano e meio, com acompanhamento contínuo de qualidade do solo. “É um processo lento, mas muito mais rápido do que o tempo que o solo levou para se degradar. Com o uso de plantas nativas e análise adequada, é possível recuperar”, afirma.
Coluna Papo Verde
A população poderá acompanhar cada etapa do Terra Viva pela coluna Papo Verde, assinada por Daniele no Jornal de Itatiba. A série de textos trará bastidores, dados do estudo e abrirá espaço para agricultores e interessados se juntarem à iniciativa.
“Quem quiser participar, entender melhor ou aplicar no próprio terreno pode nos procurar. A ideia é construir juntos esse conhecimento”, reforça.
Sonhos que seguem florescendo
Depois da ONU, dos girassóis e da ciência transformada em palavra, Daniele segue com os pés na terra e os olhos no futuro. “Meu sonho agora é ver o Terra Viva florescer aqui em Itatiba. o resto, a vida vai encaminhar”, finaliza.