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Por Redação

Trezentos e dezoito quilômetros que te levam à Aparecida

CAMINHO DA FÉ – PARTE 1

Por Redação

Foto: Arquivo Pessoal

Por Marcio Egidio

A determinação em se fazer o Caminho da Fé pode vir das mais variadas formas sendo curiosidade, aventura, superação, auto-conhecimento, treinamento e até turismo, contudo, o foco maior é o de aguçar o lado espiritual e religioso de cada um.

Na literatura, peregrinação é descrita como “viagem que alguém faz para um santuário ou para um lugar de devoção; romaria. Viagem a terras distantes: saiu em peregrinação por terra santa”.

Há mais de dois mil anos, Jesus Cristo e seus discípulos peregrinaram por muitas regiões de lugares hoje conhecidos como Oriente Médio, Israel, Cisjordânia, Grécia, Itália entre outras regiões anunciando a “Boa Nova” e a chegada do Messias revelado nas escrituras do Velho Testamento.

Desde então, a peregrinação passou a ser um meio de interação com a fé ao Altíssimo ou a devoção a algum santo ou santa. Dentro deste conceito, inúmeros caminhos foram apresentados aos fiéis durante a história.

Um dos mais conhecidos e divulgados é o Caminho de Santiago de Compostela tendo como rota mais popular e conhecida seu trecho conhecido como Caminho Francês (Camino Francés), que começa na cidade de Saint-Jean-Pied-de-Port, na França, ou em Roncesvalles, na Espanha. Essa rota percorre cerca de 800 quilômetros até chegar na Catedral de Santiago, na cidade de Santiago Compostela, que fica na região da Galícia, ao noroeste da Espanha, onde estaria enterrado os restos mortais do apóstolo Tiago Maior.

No Brasil, hoje o mais divulgado e conhecido é o Caminho da Fé, idealizado a pouco mais de 20 anos, com seus 318 quilômetros no ramal principal que se inicia na cidade paulista de Águas da Prata, passa por todo a região sul de Minas Gerais, vence as grandes alturas da imponente e belíssima Serra da Mantiqueira, volta ao Estado de São Paulo passando pelo quente Vale do Paraíba e se encerra no Santuário Nacional de Nossa Senhora em Aparecida.

Além desses, existem vários outros Caminhos de cunho religioso como o Caminho da Prece, Caminho de Nhá Chica, Caminho de Frei Galvão, Caminho de Monsenhor Alderigi entre outros com suas distâncias e percursos peculiares.

Feita essa breve introdução, vamos ao assunto que nos trouxe a elaborar esse material que tem como expectativa e objetivo, passar aos nossos leitores, as sensações, avaliações e motivações que levaram, desta vez, quatro itatibenses a se aventurar pelo Caminho da Fé, superando seu ramal principal de Águas da Prata à Aparecida em onze dias de peregrinação.

Serão repassadas lembranças e situações vividas por nosso grupo que saiu de Itatiba na madrugada do último dia 14 de outubro, com destino ao início de tudo, levando, além da bagagem, a expectativa e a ansiedade de se concluir esse desafio que chega em cada um como um “chamado” do próprio Caminho.

Dentre os que já passaram por essa experiência, é comum ouvirmos a frase “o Caminho chama” e isso, só vai ser compreendido quando se está lá, entre estradas de chão batido, subidas e descidas montanhosas e envolto às maravilhas que a natureza reserva aos mais atentos.

Convido a todos à essa viagem fantástica, uma experiência única que espero contar de uma forma leve e cativante e que possa aguçar aos leitores, pelo menos, a vontade de se saber mais sobre o Caminho da Fé e, por que não, num futuro não tão distante estar lá vendo e vivendo todas as emoções que aqui espero dividir com todos.

O INÍCIO

Nosso grupo foi formado por quatro peregrinos (eu, Ronaldo Rodrigues (Caio), Daniel Corcelli e Carlos Tafarello) e contou com o importante apoio da dona Edilene, esposa do Carlão que prestou um serviço de primeira fazendo transporte das malas, da alimentação nos dando total segurança num possante Mitsubishi TR4, uma assistência fundamental para que pudéssemos focar apenas em caminhar e concluir nossa peregrinação.

Saída por volta das 3h30 da madrugada do dia 14 de outubro e chegada tranquila em Águas da Prata por volta das 5h30. Escolhemos a Pousada Moreira Lima, da dona Neusa e seu Josué, para tomarmos nosso primeiro café da manhã de peregrino antes de começarmos a caminhada.

O casal acompanha minhas peregrinações desde a primeira, em 2023. Lá também adquirimos nossa Credencial do Peregrino, documento nominal, numerado e importantíssimo usado para colocação de carimbos adquiridos ao longo do Caminho em pousadas, capelas, Igrejas, comércios em geral e que, após completo, como um verdadeiro “álbum de figurinhas”, será entregue em setor específico no Santuário que, após conferência, emitirá o seu Certificado de Conclusão. O valor despendido foi de 35 reais a credencial e dez reais o Certificado.

Após café e as tradicionais fotos, nos reunimos, os cinco, defronte a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes para uma oração em agradecimento à maravilhosa oportunidade de poder realizar nossa peregrinção e também pedindo proteção e livramento de todo o oculto durante nossa longa caminhada.

Por volta das 6h30 dávamos nossos primeiros passos, num percurso com 32 quilômetros até a cidade mineira de Andradas, passando pelo famoso Pico do Gavião, que oferece uma vista impressionante da região, com uma ampla visão da Serra da Mantiqueira e uma paisagem de tirar o fôlego sendo esse nosso primeiro desafio. Isso porém, é uma outra história...

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