Três Décadas no Ar: A História da Rádio CRN com Mané Massaretti

Foto: Divulgação
A seguir, confira trechos da entrevista de Manoel Roberto Massaretti sobre a trajetória da emissora:
Como surgiu a Rádio CRN?
MANÉ: Como radialista e jornalista, sempre gostamos muito de rádio. Ainda na década de 1960, começamos na antiga Rádio Progresso (Grupo Pabreu), apresentando o Jornal do Meio Dia com Amâncio Catalano. Mais tarde, colaboramos na implantação da 98 FM, também em Itatiba. Porém, em 1995, surgiu a oportunidade de adquirir a Rádio das Nações, então comandada pelo Dr. Paulo Abreu Jr. Fizemos a negociação e assumimos a emissora no dia 14 de junho de 1995, já com o nome de CRN – Central de Rádio e Notícias. A sociedade foi formada por mim, meu filho Robertinho Massaretti e minha filha Roberta Massaretti Nascimento.
Quais foram os principais desafios nos primeiros anos?
MANÉ: Queríamos uma rádio essencialmente informativa, voltada ao jornalismo, com entrevistas, coberturas ao vivo, transmissões esportivas, e sem esquecer a música sertaneja e brasileira. O maior desafio inicial foi a estrutura técnica: instalar as torres de transmissão e montar os estúdios. Começamos com uma torre em área da PABREU – onde hoje está a USF – mas tivemos que mudar. Alugamos um terreno na Rua Santo Antônio, em frente à igreja, onde operamos por um bom tempo. Posteriormente, adquirimos uma área no Bairro da Ponte, junto à Estrada Municipal João Bernardo Filho, onde estamos até hoje, com duas torres de 52 metros.
Quem foram as pessoas fundamentais nessa caminhada?
MANÉ: Tivemos muitas pessoas importantes. No início, os estúdios funcionavam na Galeria Pabreu, na Rua Francisco Glicério, e depois nos mudamos para sede própria na Ladeira Prof. Irineu Lopes de Lima, 418, onde permanecemos. O saudoso Osmar Dalcin foi nosso primeiro gerente, ajudando a construir uma cobertura jornalística intensa: carnavais, bailes, jogos, eleições, sessões da câmara, eventos religiosos e políticos. Na programação sertaneja, destacamos Compadre Sitiante, sua filha Cleonice Bizetto, Galvão Andreatta, Galvão Medeiros, Paulo Ziminiani, Alan Duarte e Pedro Pereira. Nas coberturas, tivemos nomes como Eduardo Cintra, Beto Dias, Marcio Dalcin, Ite Ramos, Richard Kraus, entre tantos outros que ajudaram a fortalecer a emissora.
Como a programação evoluiu ao longo dos anos?
MANÉ: A CRN sempre manteve o jornalismo como eixo principal, em parceria com o Jornal de Itatiba (JI), mas também deu espaço a vozes diversas. Somos uma rádio que informa, forma opinião e valoriza o conteúdo local. Hoje contamos com comentaristas e apresentadores como Dr. Gessé Gomes Barbosa, Prof. Marcio Oriani, Aloisio Mathias, Eva Franco, Waldir Dias, Márcio Egidio, Paula Ziminiani, religiosos como Padre Maycon, Padre Tiago, Padre José Carlos e Padre César Augusto, além de profissionais como Débora Giani, Dani Benedetti, Dra. Anita Cerioni, Marcelo Fagundes, Anderson Pancotto, Andreza Morais, Renato Augusto Dias, Profa. Elaine Munhóz, Paulo Degani, Juarez Mossambani, Sergio Flaibam (Gilban), Ivo Bianchini, Benedito Penteado, Paulo Roberto Machado, e tantos outros. E eu, claro, continuo participando ativamente da produção e coordenação jornalística da emissora.
E quais são os próximos passos da CRN?
MANÉ: Já temos dois programas em formato de podcast e estudamos ampliar esse modelo, especialmente para a área esportiva. Mas o grande objetivo para o futuro próximo é a migração do AM para FM. O processo já está em andamento junto ao Ministério das Comunicações e esperamos que a liberação ocorra ainda este ano.
Trinta anos depois, qual é o sentimento?
MANÉ: De gratidão. Pela equipe, pela audiência fiel e pela cidade de Itatiba, que sempre nos abraçou. Seguimos com o mesmo compromisso do primeiro dia: informar com responsabilidade, dar voz à comunidade e valorizar nossa cultura.