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Por Roberto

São Paulo Companhia de Dança e Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) apresentam ‘Noite Villa Lobos’ na Sala São Paulo

Entre os dias 15 e 18 de setembro, o espetáculo celebra os 100 anos da Semana de Arte Moderna com estreia mundial da primeira obra de Juliano Nunes para uma companhia brasileira

Por Roberto

Cena de Di – Foto: Charles Lima | Cena de Cartas do Brasil - Foto: Marcelo Machado

A São Paulo Companhia de Dança (SPCD), gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa, se une à Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) no palco da Sala São Paulo, entre os dias 15 e 18 de setembro, para celebrar os 100 anos da Semana de Arte Moderna. O espetáculo ‘Noite Villa-Lobos’ será inteiramente dedicado ao mais modernista dos compositores brasileiros. Serão duas as coreografias apresentadas, acompanhadas pela Osesp sob regência de Roberto Tibiriçá.

O destaque fica por conta da estreia mundial de Cartas do Brasil, primeira criação do coreógrafo Juliano Nunes para a São Paulo Companhia de Dança e para uma companhia Brasileira. Depois de criar para algumas das mais importantes companhias de dança do mundo – como Les Grand Ballets Canadiens, Royal Ballet, Nederlands Dans Theater 2, Acosta Danza, Pennsylvania Ballet e Atlanta Ballet –, o artista carioca conceberá sua primeira obra para uma companhia brasileira. “Essa obra é um pouco do Brasil que existe em mim. É o lugar onde o gesto de um afeta o gesto do outro e, embora tudo passe muito rápido, todos estão conectados como uma revoada de pássaros”, fala Nunes. Na coreografia, cada bailarino escreve com o corpo um diálogo contínuo que traduz a urgência de estar vivo. Nunes criou inspirado na Bachiana Brasileira no 8, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e nas suas memórias de infância que lhe remetem ao universo dos pássaros e das florestas. Na dança, as mãos, os braços e as cabeças vibram e nos lembram as imagens das asas dos pássaros, das folhas ao vento, do menear das cabeças das aves. “A beleza do corpo em movimento nos toca como palavras ao vivo”, diz Nunes. O figurino, uma malha azul em referência ao céu do Brasil - com detalhes pintados à mão pelo coreógrafo no corpo dos intérpretes - revela a silhueta dos artistas e as individualidades de cada um. E a luz vem completar esta atmosfera que nos transporta para um tempo vibrante, ágil e intenso. “Voltar ao palco da Sala São Paulo para mais uma estreia da São Paulo Companhia de Dança acompanhada pela Osesp é sempre um privilégio. O público é brindado com o encontro da dança e da música”, fala Inês Bogéa. “Em cena, vemos a versatilidade e potência de Juliano Nunes com sua primeira criação para uma companhia brasileira, e a delicadeza e o imaginário de Miriam Druwe, em Di, em homenagem à Semana de Arte Moderna, ao som de Villa-Lobos”, conta Inês Bogéa.

Também sobe ao palco a coreografia Di (2022), que estreou em maio, em São Paulo. Essa é a primeira criação de Miriam Druwe para a Companhia, na qual a coreógrafa mergulha nas cores, texturas, sensações e imagens que povoam o universo do pintor Di Cavalcanti (1897-1976) ao som dos Choros nº 6, de Villa-Lobos, acentuando os traços modernistas em cena. Telas icônicas do artista, como Cinco Moças de Guaratinguetá (1930), Favela (1958), São João (1969) e Mulheres Protestando (1941), foram cedidas gentilmente para esta criação por sua filha, Elisabeth Di Cavalcanti, e ecoam tanto nos movimentos dos bailarinos em cena quanto na iluminação de Wagner Freire e no videocenário e nos figurinos elaborados por Fábio Namatame.

Os músicos da Orquestra interpretam ainda dois Choros camerísticos da célebre série de Villa, o nº 4 (para três trompas e trombone baixo) e o nº 5, também conhecido como "Alma Brasileira", para piano solo.

 

Sobre os coreógrafos

JULIANO NUNES | Juliano Nunes é brasileiro, nascido no Rio de Janeiro. Sua formação se deu no Conservatório Brasileiro de Dança, no Brasil, e Universidade de Música e Artes Cênicas, de Mannheim, na Alemanha. Estagiou no Ballet Karlsruhe e como bailarino integrou importantes companhias como o Ballett Hagen, a Gauthier Dance, o Leipzig Ballet e o Royal Ballet Flanders. Trabalhou com Akram Kahn, Ohad Naharin, Merce Cunningham, William Forsythe, Christopher Wheeldon, Jírí Kylián, Jonah Bokaer, Annabelle Lopez Ochoa, Hans van Manen, Yury Grigorovich, entre outros. Tem coreografado para as mais importantes companhias de dança do mundo, como Royal Ballet of Flanders, Nederlands Dans Theatre 2, Mariinsky Theatre, Zurich Ballet, Carlos Acosta - Acosta Danza, Pennsylvania Ballet, Atlanta Ballet. Este ano, convite de Inês Bogéa, criou sua primeira obra para uma companhia no país, "Cartas do Brasil', feita especialmente para a São Paulo Companhia de Dança. 

 

MIRIAM DRUWE | Bailarina, coreógrafa, professora e intérprete-criadora, integrou elencos de várias companhias profissionais como Cisne Negro Cia. De Dança, República da Dança e Balé da Cidade de São Paulo. É coreógrafa e diretora da premiada Cia. Druw (SP), na qual estabeleceu uma produtiva carreira com espetáculos destinados a públicos jovens e infantis e criações abertas a todas as plateias, como Lúdico, Vila Tarsila, Girassóis e Poetas da Cor. Graduada em Artes Visuais, é educadora por opção e talento.

 

FICHA TÉCNICA

Di (2022)

Coreografia: Miriam Druwe

Música: Choros nº 6, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), interpretada pela Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo)

Cenografia e Figurino: Fábio Namatame, inspirado em obras de Di Cavalcanti (1897-1976) cedidas gentilmente por Elisabeth Di Cavalcanti para esta criação.

Iluminação: Wagner Freire

Duração: 24 minutos

 

Cartas do Brasil (2022)

Coreografia e figurino: Juliano Nunes

Música: Bachiana Brasileira nº 8, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), interpretada pela Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo)

Iluminação: Wagner Pinto

Produção do Figurino: Cássio Brasil

Duração: 24 minutos

 

SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA

Direção Artística | Inês Bogéa

Criada em janeiro de 2008, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD) é um corpo artístico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa, doutora em Artes, bailarina, documentarista e escritora. A São Paulo é uma Companhia de repertório, ou seja, realiza montagens de excelência artística, que incluem trabalhos dos séculos XIX, XX e XXI de grandes peças clássicas e modernas a obras contemporâneas, especialmente criadas por coreógrafos nacionais e internacionais. A difusão da dança, produção e circulação de espetáculos é o núcleo principal de seu trabalho. A SPCD apresenta espetáculos de dança no Estado de São Paulo, no Brasil e no exterior e é hoje considerada uma das mais importantes companhias de dança da América Latina pela crítica especializada, tendo recebido cerca de 40 premiações e indicações nacionais e internacionais. Desde sua criação, já foi assistida por um público superior a 900 mil pessoas em 18 diferentes países, passando por cerca de 150 cidades em mais de 1.100 apresentações e acumulando mais de 40 prêmios nacionais e internacionais. Por meio do selo #SPCDdigital, criado em 2020, realizou mais de 40 espetáculos virtuais e transmissões de apresentações que somam quase um milhão visualizações. Além da Difusão e Circulação de Espetáculos, a SPCD tem mais duas vertentes de ação: os Programas Educativos e de Sensibilização de Plateia e Registro e Memória da Dança.

 

INÊS BOGÉA - Direção Artística | É doutora em Artes (Unicamp, 2007), bailarina, documentarista, escritora, professora nos cursos de especialização Arte na Educação: Teoria e Prática da Universidade de São Paulo (USP) e Pós-Graduação em Linguagem e Poética da Dança: Documentário, Memória e Dança da Universidade Regional de Blumenau (FURB) em parceria com a Fundação Fritz Muller (FFM). É autora do “Por Dentro da Dança” com a São Paulo Companhia de Dança na Rádio CBN. De 1989 a 2001, foi bailarina do Grupo Corpo (Belo Horizonte). Foi crítica de dança da Folha de S. Paulo de 2001 a 2007 e integrou o júri técnico/crítico do quadro Dança dos Famosos do programa Domingão do Faustão/TV Globo de 2016 a 2021. É autora de diversos livros infantis e organizadora de vários livros. Na área de arte-educação foi consultora da Escola de Teatro e Dança Fafi (2003-2004) e consultora do Programa Fábricas de Cultura da Secretaria de Cultura do Estado (2007-2008). É autora de mais de quarenta documentários sobre dança. Desde 2022 é também diretora artística e educacional da São Paulo Escola de Dança, mais novo equipamento cultural do Governo do Estado de São Paulo.

 

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO – OSESP

Criada em 1954, é uma das mais importantes orquestras da América Latina; desde 1999, tem a Sala São Paulo como sede. O suíço Thierry Fischer é seu Diretor Musical e Regente Titular desde 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, pela norte-americana Marin Alsop, que agora é Regente de Honra. Em 2016, a Osesp esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê pela China. No mesmo ano, estreou projeto em parceria com o Carnegie Hall, com a Nona Sinfonia de Beethoven cantada ineditamente em português. Em 2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, recebeu o Prêmio da Música Brasileira.

 

ROBERTO TIBIRIÇÁ regente

Roberto Tibiriçá foi discípulo do maestro Eleazar de Carvalho, com quem trabalhou durante 18 anos. Ocupou o cargo de Regente Assistente no Teatro Nacional de São Carlos (Portugal) e foi Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Sinfônica Brasileira (1994) e da Orquestra Petrobras Sinfônica (2000-4). Entre 2005 e 2011, foi Diretor Artístico da Sinfônica Heliópolis (Instituto Baccarelli). De 2010-3, assumiu a Sinfônica de Minas Gerais como Regente Titular, cargo que também exerceu na Sinfônica de Campinas, na Filarmônica de São Bernardo do Campo e na Sinfônica do Sodre (Uruguai). Ocupa a Cadeira nº 5 da Academia Brasileira de Música e é Membro Honorário da Academia Nacional de Música. Em 2020, regeu a Osesp na estreia mundial de Cartas Portuguesas, de João Guilherme Ripper, e gravou com a Orquestra para o selo Naxos obras de Camargo Guarnieri. Esta é a terceira vez que ele rege a Osesp neste projeto em parceria com a São Paulo Cia. de Dança.

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