O társipo guloso
Por GB Edições
A flor colorida pende de uma haste tão fininha e frágil que o társipo não se arrisca a chegar até ela. Dá a volta, escala um ramo mais robusto e passa acima da flor. Mas, mesmo tendo chegado até ali, ainda falta vencer alguma distância.
Então, ele enrola a cauda no ramo mais robusto e deixa pender o corpo. Assim, de cabeça para baixo, consegue alcançar a flor, segura-a entre as duas patinhas da frente e enfia o focinho, comprido e mole como uma tromba.
Durante um minuto fica ali assim, pendurado pelo rabo, lambendo com a língua bastante comprida o néctar açucarado da flor e aproveita para engolir os insetos que estavam por ali.
Como acontece com os colibris, o néctar não é tão importante como os insetos na dieta do társipo. Tanto assim que ele às vezes come insetos sem néctar mesmo. Muito ágil, captura com as patas até moscas esvoaçantes e as devora com estilo: segura a presa com as patinhas e vai mordiscando. Mesmo se quisesse, não poderia comer presas maiores porque sua boca é pequena demais, os dentes atrofiados e as gengivas muito duras.
Por causa de tudo isso, o társipo dispõe quase que só da agilidade para defender-se de seus inimigos. E inimigos não lhe faltam, pois há muitos carnívoros noturnos em seu habitat, inclusive aves de rapina.
Depois de uma noite de correria em busca de comida e em fuga de seus inimigos, os grandes bandos de társipos retornam aos ninhos. As fêmeas recolhem suas crias (até quatro) ao marsúpio e vão dormir. Quando o sol começa a clarear a floresta, estão todos enrodilhados e assim ficam até o amanhecer.
VOCÊ SABIA?
O társipo é um mamífero e se alimenta principalmente de insetos e do néctar das flores. Com apenas oito centímetros de comprimento, fora outros dez centímetros da cauda, ele projeta sua língua para atingir o fundo das flores.
Sempre em bandos numerosos, os társipos percorrem o alto das árvores durante a noite. A cauda lhe dá segurança na hora de andar mais rápido sobre os ramos mais finos.
