O projeto Histórias de Itatiba: a importância do conhecimento, da memória e da divulgação histórica
Foto: Projeto Histórias de Itatiba
Por Giovanna Milanez de Castro Braga
Existe uma verdade inquestionável: é importante conhecer a história do lugar em que se vive. Somos habitantes de múltiplos lugares: do mundo, de um país, de um estado, e saber informações sobre eles é fundamental. Ainda mais fundamental é saber sobre a história da cidade em que se habita, pois é nela que vivemos o nosso cotidiano, que construímos nossas relações, nossa identidade e nossa própria história particular. Outra constatação sobre a nossa atualidade é essa: a internet domina como uma poderosa ferramenta de conexão, de comunicação e de aprendizagem.
Essas percepções se uniram para moldar o projeto Histórias de Itatiba, em 2023. A vivência com os jovens, sobretudo nas escolas, mostra duas realidades: o quanto poucos cultivam o hábito de saber mais sobre Itatiba e sua história, e o quanto a internet e as redes sociais são o universo dessa geração. Se estendermos o olhar, veremos que estas são, também, as realidades das famílias desses jovens. Surgiu, assim, o ponto de partida: produzir conteúdo sobre a história de Itatiba nas redes sociais, fazendo da internet um espaço amplo e significativo de divulgação, que atingisse não só este público-alvo, mas todos os interessados.
Falar sobre a história de uma cidade que tem seu primeiro registro documental datado de 1786 não é tarefa fácil: são 239 anos (ou mais) de acontecimentos, personagens, situações, lugares, dentre outros. Desde o início ficou evidente que outro pilar de sustentação do projeto Histórias de Itatiba é a memória, e o compartilhamento dela. Memória que está nos estudos já realizados, nas fotografias, em vídeos, nos registros, nas lembranças das pessoas e famílias que testemunharam o passado, nos objetos e em tantas outras coisas. É preciso, portanto, resgatar essa memória: e quantas já foram as colaborações recebidas! Fotos, vídeos, livros, objetos, registros, documentos. Sem contar os relatos: boas prosas de tantas pessoas que já dividiram com o projeto seus saberes, suas histórias e lembranças.
Passados pouco mais de dois anos, o projeto se consolida em duas redes sociais, Instagram e Facebook, com o nome Histórias de Itatiba. Até o momento são mais de oitenta postagens já realizadas, com temas variados sobre Itatiba, sua história (num caráter mais oficial) e suas histórias (os muitos fatos, causos, personagens e passagens da cidade). O destaque do momento é a série “História e histórias de Itatiba”: os primeiros 12 episódios retratarão a história de Itatiba desde o seu início registrado (1786) até a cidade ser nomeada “Itatiba” (1877). Vale destacar que os cinco primeiros episódios já estão disponíveis, e que vem muito mais por aí!
E o que fazer quando se percebe que este projeto extrapolou as redes sociais? Só há uma resposta possível: o agradecimento à comunidade itatibense. O projeto Histórias de Itatiba já realizou palestras em escolas e auxiliou estudantes em projetos e pesquisas. Também promoveu uma exitosa campanha de levantamento de imagens para engrandecer ainda mais o acervo fotográfico da Basílica Menor Nossa Senhora do Belém: esforço que culminou na exposição “História, devoção e tradição: o acervo fotográfico da Basílica Menor Nossa Senhora do Belém” ocorrida no último mês de setembro. São fatos e situações que reforçam as convicções do projeto, e indicam que muito ainda há para ser feito. Então neste dia 1º de novembro – dia tão marcante da história de Itatiba – fica o convite para você acessar, seguir e acompanhar o Histórias de Itatiba nas redes sociais.
Giovanna Milanez de Castro Braga é criadora e organizadora do projeto Histórias de Itatiba. Mestra e graduada em História (Unicamp), atua como professora de História na Prefeitura Municipal de Itatiba. Autora do livro O palco da realeza: as transformações no espaço urbano e nas práticas sociais do Rio de Janeiro Joanino (1808-1821), e autora participante do Dicionário da independência do Brasil: memória, história e historiografia.