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Por Roberto

Luisa Stefani e Rafael Matos fazem história e conquistam título inédito no Australian Open

Pela primeira vez uma dupla totalmente brasileira ganha um título do Grand Slam, que são os quatro maiores torneios do mundo

Por Roberto

Foto: WTA / Divulgação

Luisa Stefani, número 34 do mundo de duplas, e Rafael Matos, 29º no masculino, fizeram história no fim da noite desta quinta-feira (27), tarde de sexta-feira em Melbourne, na Austrália. A paulistana e o gaúcho conquistaram o título do Australian Open ao derrotarem na final a dupla dos indianos Sania Mirza e Rohan Bopanna, por 2 sets a 0, com parciais de 7/6 (7/2) 6/2. Eles conquistaram o primeiro Grand Slam da carreira e se tornaram a primeira dupla 100% brasileira a vencer um título desse tipo de evento, que são os quatro maiores do esporte.

Luisa e Matos entram para o Hall da Fama do tênis brasileiro com títulos de Major, ao lado de  Maria Esther Bueno, com 19 conquistas entre simples, duplas feminina e mistas, Bruno Soares com seis canecos de duplas masculina e mistas, Gustavo Kuerten com seus três Roland Garros, Marcelo Melo com duas conquistas e Thomaz Koch com o título de mistas de Roland Garros em 1975.

Luisa, atleta patrocinada pela Fila e Faros Invest, embaixadora XP COB e que conta com os apoios da Liga Tênis 10 e Bolsa Atleta, tornou-se a primeira brasileira a vencer um Grand Slam desde Maria Esther Bueno no US Open de 1968.

Sonho realizado - "É um momento incrível, um sonho realizado. Especial dividir isso com o Rafa, nosso primeiro Grand Slam juntos. Fizemos história para o Brasil aqui na Austrália, e está sendo extremamente especial esse momento. Estou muito feliz em dividir isso com nossa família, amigos, equipe aqui e em casa. Sentimos a energia e a torcida no Brasil e aqui em Melbourne. Hoje era um jogo duro, sabia que teria momentos nervosos, mas lidamos super bem. Segurar e ganhar aquele primeiro set foi importante e nos saímos muito bem", explicou a tenista paulistana de 25 anos e que foi medalhista olímpica de bronze em Tóquio. 

"Em novembro quando estava decidindo o calendário para o começo do ano, inclusive para uma parceria regular, mandei uma mensagem para o Rafa e a United Cup era um novo evento, não sabíamos o que esperar. Quando as coisas foram rolando conversamos de jogar aqui no Australian Open e a United Cup antes, que só tinha dupla mista. Foi muito divertido em Brisbane, tivemos o ambiente do time todo, com torcida, com ótima energia", acrescentou Luisa.

"É o melhor momento da minha carreira, desde a lesão nas semis do US Open (em setembro de 2021). É minha partida mais importante, tirando a Olimpíada. Foi um grande choque ter ficado fora por tanto tempo, mas procurei usar esse período com inteligência, voltei para casa em São Paulo e foi uma grande mas importante mudança. Fiz a reabilitação, foi duro, mas aprendi muita coisa fora do tênis, especialmente poder ficar com a família e trabalhando em coisas que quando estamos no circuito não temos tempo. Tive um bom trabalho mental com meu time, que foi extremamente importante. Meu técnico, Leonardo Azevedo, meu fisioterapeuta, Ricardo Takahashi, me ajudaram a voltar mais forte. Hoje sem dores e muito feliz, seguindo adiante", contou. 

Luisa explicou como foi sua volta ao tênis, a partir de setembro do ano passado. "Tive uma boa cabeça para o retorno e tentei fazer o melhor. Tive grandes parceiras, não poderia ter ninguém melhor do que a Gabi (Gabriela Dabrowski) para fazer essa volta. Me senti muito confortável com ela, fiquei muito feliz com a volta em Chennai, na Índia, jogando um WTA 250, o que me deu grande confiança naquela semana que foi especial. Agora meu foco é me manter saudável, confiar no meu corpo. É um trauma quando seu corpo sofre (a lesão), depois de trabalhar tanto tempo. Você trabalha muito para voltar, é uma grande jornada. Nem todos os dias foram fáceis. No tênis, com ou sem lesão, passamos por muitas adversidades com o corpo e com a cabeça especialmente no alto nível. Lutei muito para retomar o caminho e a confiança voltou com o trabalho e com as vitórias. Rafa me ajudou muito nas partidas aqui com a comunicação e enfrentando parceiras que adoro, meninas que me motivavam, me inspiravam, que admiro como jogadoras e como pessoas. Isso tudo me ajudou a ter sucesso", finalizou.

Luisa e Matos começaram jogando juntos no final do ano passado, já contando para esta temporada, na United Cup, onde venceram duas partidas contra a Itália e a Noruega. E seguiram com cinco triunfos neste Aberto da Austrália perdendo apenas um set na semifinal, quando salvaram match-point no match tie-break.

Um ano de recuperação - A paulistana sente o sabor especial da conquista, após o drama vivido na carreira. No último Grand Slam disputado, em setembro de 2021, rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho, na semifinal de dupla feminina, jogando ao lado de Gabriela Dabrowski. Passou por cirurgia em Chicago, nos EUA, e iniciou longo tratamento de um ano, até o retorno em setembro passado.

Cinco títulos desde a volta há quatro meses - A volta não poderia ser melhor com o título no WTA 250 de Chennai, na Índia, e mais duas conquistas para fechar o ano no WTA 1000 de Guadalajara, no México, ao lado da australiana Storm Sanders e a carioca Ingrid Martins no WTA 125 de Montevidéu, no Uruguai.

Começou a temporada com as duas vitórias com Matos pelo Brasil na United Cup e seguiu a sequência de triunfos na dupla feminina ao lado da norte-americana Taylor Towsend, conquistando o WTA 500 de Adelaide, na Austrália.

Não conseguiu disputar a chave feminina de duplas do Aberto da Austrália, por conta de uma lesão na coxa e retirada de última hora da parceira, a norte-americana Cathy McNally. Então dedicou-se a dupla mista ao lado de Rafael Matos.

O próximo desafio da brasileira será o WTA 500 de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, a partir do  dia 6 de fevereiro. Ela permanece na Austrália até o embarque.


Campanha no Australian Open
Primeira rodada: Stefani/Matos d. Han/Zhang por 6/2 e 6/0
Oitavas de final: Stefani/Matos d. Mattek-Sands/Pavic por 6/4 e 6/4
Quartas de final: Stefani/Matos d. Cabrera/Smith por 6/3 e 6/4
Semifinal: Stefani/Matos d. Gadecki/Polmans por 4/6, 6/4 e 11/9
Final: Stefani/Matos d. Mirza/Bopanna por 7/6(2) e 6/2

Fazendo história na carreira - Luisa Stefani, 25 anos, começou a jogar tênis aos 10 anos, na B.Sports, no bairro de Perdizes, em São Paulo (SP), onde nasceu. Disputou as chaves principais dos quatro Grand Slams juvenis e foi à semifinal de duplas do US Open juvenil em 2015, quando chegou à 10ª posição do ranking mundial juvenil. Foi para os Estados Unidos para estudar e jogar tênis. No circuito universitário jogou pela Pepperdine University, na Califórnia. Entre 2015 e 2018, ainda no circuito universitário americano, dedicou-se parcialmente ao circuito profissional da ITF. Optou por trancar a faculdade para disputar o circuito profissional integralmente a partir de meados de 2018.

Ganhou destaque nas duplas no profissional e começou a colher resultados em 2019, conquistando um título no WTA de Tashkent. Em 2020, ganhou o WTA 125 de Newport Beach e comemorou o título do WTA de Lexington. Terminou o ano como 33ª do mundo, primeira brasileira no top 40 em mais de três décadas. Em 2021, foi à final no WTA 500 de Abu Dhabi, alcançando o top 30 - primeira tenista do Brasil desde 1976. E o vice-campeonato do WTA 1000 de Miami fez com que subisse para a 25ª posição - então a melhor de uma brasileira desde que o ranking WTA foi criado em 1975.


Nos Jogos de Tóquio, conquistou a inédita medalha de bronze olímpica para o Brasil ao lado de Laura Pigossi. Continuou subindo no ranking e chegou a ocupar o nono lugar no início de 2022. No retorno ao circuito, após a cirurgia no joelho, conquistou três títulos neste final de temporada 2022: WTA 250 de Chennai, na Índia, WTA 1000 de Guadalajara, no México, e WTA 125 de Montevidéu, no Uruguai, retornando ao Top 50 no ranking da WTA. Começou 2023 com mais um título: WTA 500 de Adelaide, na Austrália, e agora o Australian Open.

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