Jurema, a lagarta que virou borboleta
Por GB Edições
O dia amanhecera lindo, o sol brilhava radiante no céu, mas a lagarta Jurema era pura tristeza. Espreguiçou-se para espantar um restinho de sono e começou a se mexer vagarosamente. De repente, ouviu o riso alegre de Crush, o seu amigo grilo.
Crush disse-lhe um sonoro “Bom Dia”, mas nem assim Jurema se animou.
– O que você tem? – perguntou o grilo
– Não sei... eu me sinto indisposta, com uma preguiça danada e, pra completar, estou engordando – respondeu Jurema.
O grilo ficou pensativo, um pouco triste com a situação de sua amiga. Decidiu consolá-la.
– Olhe, não fique assim. Logo mais, à noite, vou chamar os meus amigos grilos e faremos uma serenata só pra você.
E assim foi. Logo que anoiteceu chegaram os grilos e começaram em coro o seu cri-cri, mas logo viram que Jurema não os ouvia porque estava dormindo. Ficaram um pouco por ali, em torno dela para ver se dormia de verdade e, vendo que a ela dormira mesmo, foram embora em silêncio.
Passados alguns dias, os grilos resolveram voltar para procurar Jurema, mas não encontraram mais a amiga. Muito tristes, eles pensaram que havia morrido.
– Coitada, ela não teve muita sorte neste mundo – disse Crush.
Um dia, Crush ficou doente, não tinha forças sequer para sair em busca de comida e os outros amigos grilos estavam longe dali. Estava muito triste e solitário quando viu uma esplendida borboleta pousar perto dele.
– Bom dia, Crush! Recorda-se de mim? Sou a Jurema. Lembra-se de quando adormeci? Pois um dia acordei e vi que tinha ganhado um lindo par de asas. Agora sou esta colorida e feliz borboleta e posso voar para onde eu quiser.
Crush não conseguia esconder a sua surpresa e, feliz por reencontrar a amiga, contou para Jurema todos os aborrecimentos que lhe tinham acontecido. Então a borboleta voou e logo depois voltava trazendo pólen e insetos para matar a fome do seu amigo.
Assim, com os cuidados da amiga, o grilo logo sarou e continuou a viver feliz e saltitante pelos jardins, agora em companhia da feliz borboleta Jurema.
VOCÊ SABIA!
A borboleta é um inseto porque tem o corpo dividido em três partes: cabeça, tórax e abdome; ela tem dois tipos de olhos, os olhos simples que veem numa só direção; e os compostos, formados por muitos olhos simples, que veem em muitas direções. Explicando melhor: a borboleta, sem mover a cabeça, vê em frente, atrás, dos lados, acima e abaixo de si.
A borboleta tem também duas antenas na cabeça. São simples fios, parecidos a dois bastõezinhos onde existem milhares de minúsculos narizes, de pequeníssimos dedos, de invisíveis orelhas, que cheiram, tocam, ouvem. Os órgãos do gosto, no entanto, estão nas patinhas da borboleta.
Em lugar do beiço, a borboleta possui um longo tubo chamado tromba e quando quer comer, desenrola a tromba, enfia-a numa flor e suga o néctar. Ao seu tórax estão ligados três pares de pernas e dois pares de asas.
A borboleta tem uma vida muito breve. Depois que põe os ovinhos, morre. Destes ovinhos nasce uma lagarta, que em nada se parece com a Mamãe-Borboleta, ao contrário, parece-se com um pequeno verme, com a pele de muitas cores. A lagarta tem uma fome devoradora e cresce tão depressa que, de repente, não cabe mais na própria pele. Antes que arrebente, a lagarta fabrica outra pele e recomeça a crescer e assim vai até ficar bem grande e gorda. Nesse ponto, a lagarta para de comer e fabrica um casulo em torno de si, dentro deste casulo ela se transforma em crisálida e, finalmente, em borboleta. Quando a borboleta está preparada para rever o sol, abre um buraquinho no casulo, desgruda as asas e se enxuga sob o calor do sol e está pronta para voar e começar uma nova vida.
