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Por Marcio

Itatibense conta como é a vida de jogador e técnico de futebol em época de pandemia

Mesmo do outro lado do mundo, João Garça aceitou bater um papo com nossa reportagem esportiva, contando um pouco de como é sua vida na China

Por Marcio

O jogador profissional e técnico de futebol João Paulo Bernardo decidiu tentar a sorte e viver novas aventuras, novos objetivos do outro lado do mundo, na Ásia. Depois de passar pelo futebol profissional no Brasil e já estar dedicando-se mais a profissão de professor de Educação Física e de técnico de futebol, uma proposta irrecusável de um novo desafio chegou e o itatibense João Garça, como é mais conhecido, pesou os prós e os contras e resolveu encarar essa nova empreitada, mais precisamente, na China.

A partida para o país asiático ocorreu no final do mês de janeiro deste ano e, além da distância gigantesca entre Itatiba e a China, a diferença cultural e de comunicação, um dos maiores desafios foi encarar, de perto, a pandemia do covid-19 numa época em que o país asiático estava no epicentro da doença.

Mesmo assim, a vontade de conhecer o novo, de encarar novos desafios e a oportunidade de atuar num país em condições econômicas muito melhores que o Brasil, João Garça fez as malas e partiu.

Passados cinco meses, os chineses ainda sofrem com os resquícios da pandemia que ganhou o mundo e hoje assola também o Brasil. Lá a situação hoje é bem melhor, porém, o governo chinês não descuida para que tudo volte o mais rápido possível à normalidade.

Mesmo do outro lado do mundo, João Garça aceitou bater um papo com nossa reportagem esportiva, contando um pouco de como é sua vida, onde ele está, falou sobre seu trabalho, sobre a pandemia e também, sobre a expectativa de voltar a jogar já que em breve disputará a Liga de Macau, país vizinho à China.

Confira o bate-papo exclusivo com o itatibense:

JI: Como surgiu essa oportunidade de jogar na China? Fale um pouco de onde você está, o clube, desde quando está aí e seu contrato, até quando vai?

JOÃO PAULO: A oportunidade surgiu através do meu irmão (Fábio Garça) que trabalhou aqui por um ano e, com influência de um agente, me propôs o convite para a nova jornada, como treinador de futebol e também atuar novamente como jogador profissional de futebol. Confesso que fiquei bem confuso neste período até a decisão, porém, conversei bastante com minha família, tive opiniões importantes neste período e também seguindo a vontade do meu coração, que realmente ali no fundo era a vontade de viver esta nova oportunidade. Eu estou morando na cidade de Zhuhai, província de Guangdong, da China. Uma região muito desenvolvida, é a província mais rica do país, Contento cidades importantes como Shenzhen e Guangzhou. Jogarei a Liga Profissional de Macau, que é um país vizinho, um lugar muito famoso por jogos de cassinos e uma potência econômica também.

JI: Como foi chegar na China, além da cultura totalmente diferente, ainda ter a questão da pandemia?

JOÃO PAULO: A chegada foi muito complicada. Eu cheguei dia 29 de janeiro, porém, a pandemia aqui estava no mais alto pico. Foram mais de 50 dias em casa pois realmente aqui foi muito respeitado sobre não sair às ruas. Contatos com outras pessoas, lugares fechados realmente eles seguem à risca tudo isso. O governo tem uma imposição muito grande perante tudo isso. Agora, após pandemia, vejo o quão a China está à frente do nosso País, culturalmente, economicamente, um povo muito trabalhador e respeitoso. Sobre minha moradia, eu irei me mudar de cidade a partir do mês que vem. Estarei indo para Shenzhen, uma nova oportunidade também, minha empresa me selecionou pra ir desenvolver o projeto da nossa escola de futebol lá. Então estou muito ansioso também para este acontecimento.

JI: Especificamente as questões da cultura, alimentação e pandemia de Covid preocupam você de alguma forma?

JOÃO PAULO: Culturalmente foi um choque enorme desde primeiro dia. Como mencionei, o respeito sobre o governo, a limpeza. Longe daquilo que todos falam, estando na China vai comer barata, grilo, rato, morcego ou até radicalizando, cachorro! Imagina, isso se houve, foi na China antiga, e hoje existem leis para esses comércios não existirem mais. Pode até ainda existir em alguma região mas eu não vi ainda. Preocupação sobre a pandemia tem realmente, a precaução de máscaras ainda temos, mas, parques, clubes, empresas, obras, tudo a todo vapor. Realmente tudo voltou ao normal, graças a Deus!

JI: No lado do futebol, como tem sido seu dia-a-dia, os treinamentos estão normais, competições estão ocorrendo ou já tem uma perspectiva de quando volta? O que seu clube irá disputar e qual é o nível dele dentro do futebol chinês e asiático?

JOÃO PAULO: Os treinamentos eu sigo todos os dias, específicos no futebol, frequentando academia normalmente e tendo partidas anteriores amigos brasileiros e chineses também. Sobre o meu time, a fronteira está fechada então nosso campeonato foi adiado para mês que vem ou podendo estender mais ainda. A prevenção sobre o Covid-19 segue muito forte em relação as fronteiras. Meu clube se chama Monte Carlo e é um clube tradicional de Macau, já teve o título da Liga em tempos passados. Temos limites de estrangeiros no time também e assim seguimos nossa rotina e vontade de jogar!

JI: Seu trabalho foi muito prejudicado pela questão da pandemia, mas, aproveitando que está na Ásia, sua ideia é a de permanecer aí até o final de seu contrato ou você vislumbra uma outra oportunidade num clube maior da China, Ásia ou Europa?

JOÃO PAULO: Sobre os benefícios de vir pra cá eu digo que são realmente maravilhosos. Uma nova cultura, uma nova mudança de vida literalmente, um povo acolhedor, um povo que nos respeita demais em relação ao meio do futebol, te olham com outros olhos realmente, são muito fãs de futebol. Porém a cobrança vem a altura também, isso é ótimo. Desafios são feitos para serem solucionados, então, temos que corres-ponder. Gratificante estar aqui!

JI: Como é feita a comunicação sua com os demais jogadores e no clube? E o que você já soube e pode adiantar sobre o futebol chinês na atualidade?

JOÃO PAULO: Temos tradutor de inglês para ter essa comunicação tanto com jogadores, como com as crianças. Tudo é passado do mandarim para inglês e inglês para o mandarim. Existe também muita demonstração sobre como executar tal exercício ou jogada, porém, na hora de entrar nas quatro linhas a linguagem se torna universal e aí as coisas acontecem. O futebol chinês eu creio que pode e vai aumentar muito pelos anos seguintes. Eles têm muita esperança nesta evolução, tem a tecnologia, tem a economia, aspectos que são totalmente cruciais neste meio. Levará tempo, crianças precisam ser maturadas de uma visão diferente no futebol e assim espero um dia ver e acompanhar de perto esta conquista.

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