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Por Roberto

Itatiba já teve sua Estrada de Ferro desativada em 1952

História do Transporte

Por Roberto

Boa parte da população itatibense talvez não saiba que a cidade já contou com funcionamento da Estrada de Ferro Itatibense, que ligava Itatiba a Louveira, num trecho de 18 km, que alguns achavam que chegava a 20, porque eram muitas curvas.

         Pelos levantamentos feitos de publicações de alguns estudiosos, e por muitas conversas que o repórter teve com pessoas ligadas às famílias que foram as responsáveis pela implantação, estamos apresentando alguns dados da E.F.I. A empresa foi implantada em 1889, com inauguração no dia 19 de novembro de 1890, e desativação em agosto de 1952, portanto há 67 anos. Fizeram parte da diretoria as famílias itatibenses Silveira Franco, Pretti e Sanfins; e Cintra Prado, de Amparo.

POR QUE LOUVEIRA?

         Quando do início das atividades da E.F.I., em que se pensou em fazer o transporte da produção agrícola do município, principalmente o café, a ideia era de ligar Itatiba a Jundiaí. Mas, consta, que por interferência dos dirigentes da Cia. Paulista de Estradas de Ferro, o trecho ficou mesmo entre Itatiba e Louveira, que oferecia a oportunidade da Paulista contar com arrecadação tanto na bilhetagem dos passageiros, como do transporte de cargas no trecho Louveira-Jundiaí.

         Explicando: se a ligação fosse feita diretamente a Jundiaí, não haveria a intermediação da Paulista, pois tudo seria feito direto com a Railway (a Inglesa), a primeira estrada de ferro do estado de São Paulo que ligava o porto de Santos à capital, e que depois seguiu até Jundiaí.

EM ITATIBA

         Para a formação da Itatibense, contribuíram as famílias Silveira Franco, Pretti e Sanfins; e a Cintra Prado, de Amparo. A estação de passageiros e os armazéns ficavam no final da Rua Francisco Glicério, onde hoje está o Edifício das Nações, a Avenida Senador Paulo Abreu e uma casa residencial pertencente à família Bartholomeu.

         Partindo da estação, os trilhos atravessam a Avenida Expedicionários Brasileiros, seguindo pela, hoje, Marechal Deodoro - com ponte sobre o Ribeirão Jacaré - passando ao lado do Mercadão, Santa Clara, Franciscon, Fazenda Santa Rosa, e, na confluência da rodovia Itatiba-Jundiaí, seguia à direita para Louveira. A primeira estação do percurso era Itapema, seguindo-se Paracatu, Tapera Grande e Paraíso. Antes de Tapera Grande, ao lado do campo do 1º de Maio F.C., existia um depósito de paralelepípedos, que eram transportados pelo trem, para serem utilizados em calçamentos de vias públicas na capital.

 Na descida, já em território louveirense, ficavam as estações de Luiz Gonzaga e Abadia, e na chegada a Louveira, a bela estação em conjunto com a da Cia Paulista de Estradas de Ferro.

DESATIVAÇÃO EM 1952

         Os horários do trem de passageiros eram dois, um pela manhã e outro à tarde, mas a demora era de mais de uma hora para se percorrer o trajeto, fazendo com que, com o tempo, os passageiros tomassem os ônibus da linha Itatiba a Jundiaí, que era bem mais rápidos - apesar do trecho da estrada ser em terra. Isso fez com os passageiros que iam à capital, ou mesmo a Jundiaí, deixassem o trem, que aos poucos foi se tornando altamente deficitário. A desativação, que, consta, contou com a última viagem no mês de agosto de 1952, foi provavelmente no dia 15.

VENDAS DAS LOCOMOTIVAS

         Com a desativação, os proprietários começaram a comercialização das locomotivas, e dividindo a área em que estava a estação. Dizem que a maioria dos vagões e das máquinas teria sido vendida a uma usina de açúcar em Pernambuco.

         Segundo o blog de Ralph Giesbrechet, a locomotiva Barão de Campinas estaria exposta numa fazenda em Sorocaba. A outra, segundo informações que recebemos do prefeito Douglas Pinheiro, foi localizada numa indústria do grupo Votorantim, em São José dos Campos, cujos dirigentes deverão doar a “Máquina” para ser exposta em nossa cidade.

         No total, a Itatibense contava com três locomotivas, Barão de Campinas, Dr. Machado e Alves Cardoso, 36 vagões de carga, seis de passageiros e três automotrizes (bondinhos).

ESTAÇÃO DE LOUVEIRA

         Com a paralisação do transporte de passageiros pela Fepasa (que substituiu a Paulista), hoje a bela estação de Louveira, construída no estilo inglês, conta com um pequeno museu, lanchonete e sala de turismo da Prefeitura louveirense, que apresenta alguns dados da Estrada de Ferro Itatibense, que fazia a parada pelo lado externo da estação.

         Em Itatiba, toda a área que pertencia à Estrada de Ferro Itatibense foi dividida em edifícios comerciais e residenciais, junto à Avenida Marechal Deodoro, no final da Rua Francisco Glicério, levando ao desaparecimento a estação e os armazéns.

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