Insegurança digital aumenta, e buscas por proteção online batem recorde no Brasil
Com a rotina cada vez mais conectada, brasileiros vivem entre cliques e riscos e buscam, como nunca, maneiras de reforçar sua proteção online

Foto: PixelVista / iStock
A vida digital no Brasil segue em ritmo acelerado. Entre pagamentos via celular, compras em marketplaces e conversas que cruzam fronteiras em segundos, o país se tornou um dos mais conectados do mundo. Mas, por trás da praticidade, cresce uma sombra preocupante: a da insegurança digital.
Em 2024, o número de crimes de estelionato eletrônico ultrapassou 281 mil ocorrências, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, um aumento de 17% em relação ao ano anterior.
Já em 2025, levantamentos de mercado indicam que mais de 80% dos consumidores brasileiros afirmam ter sofrido algum tipo de tentativa de golpe virtual, de acordo com dados da Forbes Tech e da consultoria AllowMe. A sensação é de que o país vive em um campo minado digital, em que qualquer descuido pode ser o clique errado.
Crescimento da insegurança digital entre os brasileiros
Um dos grandes desafios está na falta de preparo. Segundo pesquisa realizada pela empresa global de segurança NordVPN, o Brasil apresentou queda no nível de conhecimento sobre privacidade e segurança digital, ficando três pontos abaixo da média mundial. Mesmo com o avanço da conectividade – hoje, 88,9% da população com mais de 10 anos têm acesso à internet pelo celular, conforme o IBGE –, o cuidado com os dados pessoais não acompanha o mesmo ritmo.
O Brasil também figura entre os países com maior volume de tentativas de ataque cibernético. Estudo da empresa Fortinet aponta que o país registra mais de 1.300 ataques por minuto, ocupando a segunda posição no ranking global. É como se, a cada piscar de olhos, dezenas de tentativas de fraude estivessem acontecendo em tempo real. A conexão rápida virou também uma corrida pela sobrevivência digital.
Buscas por proteção online atingem recorde
Em meio ao aumento de golpes, os brasileiros estão reagindo. Dados do Google Trends mostram que as buscas por termos como “vazamento de senhas”, “como proteger meus dados” e “criar senhas fortes” atingiram níveis recordes em 2025.
As redes sociais e os aplicativos de mensagens se tornaram o principal canal de ataque. Páginas falsas, anúncios enganosos e perfis clonados transformaram o ambiente virtual em um território no qual é preciso desconfiar antes de curtir, compartilhar ou clicar.
Entre as ameaças mais comuns, especialistas destacam:
· perfis falsos que se passam por pessoas conhecidas;
· sites fraudulentos que imitam lojas virtuais legítimas;
· reutilização de senhas e falta de autenticação em dois fatores.
A boa notícia é que, mesmo em meio a esse cenário, há formas de se defender:
· crie senhas fortes e únicas, evitando repeti-las em diferentes contas;
· ative a autenticação em dois fatores em redes sociais, e-mails e bancos;
· mantenha aplicativos e sistemas sempre atualizados;
· desconfie de mensagens com links e entenda como denunciar um site falso;
· evite divulgar dados pessoais em excesso nas redes sociais;
· faça backup regular de arquivos e fotos importantes.
Mais do que usar ferramentas tecnológicas, especialistas ressaltam que é preciso adotar uma nova mentalidade digital. Pensar antes de clicar, checar informações e desconfiar de ofertas milagrosas são atitudes que fazem diferença no dia a dia.
Em um mundo cada vez mais conectado, a privacidade na internet tornou-se um patrimônio pessoal. No fim das contas, a prevenção online é o melhor antivírus que existe: gratuito, constante e baseado na atenção. Porque, no universo digital, o cuidado é a senha mais valiosa que alguém pode ter.