Icnêumon, um inseto de nome muito complicado
Por GB Edições
Nas fêmeas do icnêumon, o aguilhão chega a medir 15 centímetros, mas na maioria a medida é mais modesta: uns 5 centímetros apenas. O aguilhão não é meramente um órgão de defesa, como os ferrões comuns, mas, também, um órgão que serve à reprodução.
As fêmeas de insetos põem seus ovos na terra, sob as cascas das árvores (que elas perfuram antes), ou na carne de outros animais (como faz a mosca-varejeira). No início do desenvolvimento de qualquer ovo animal, o embrião (esse é o nome do bichinho quando ainda está dentro do ovo ou útero da mãe) aproveita as reservas nutritivas presentes no próprio ovo. Embriões de galinha, por exemplo, "constroem" seu organismo com substâncias aproveitadas principalmente da gema e da clara.
Quando os embriões saem da casca, começa o período da infância e o desenvolvimento continua. O pintinho transforma-se em galo ou galinha, ou seja, adultos aptos à reprodução. Nas primeiras fases do desenvolvimento, enquanto eles não saem do ovo e não comem, os embriões dispõem só da reserva do ovo. Também nos seres humanos e outros mamíferos é assim. Todavia, o ovo humano, do tamanho de uma cabeça de alfinete, logo esgota suas reservas e, a partir daí, o embrião começa a absorver substâncias nutritivas do organismo materno que o abriga.
Nos insetos, o material nutritivo do ovo também se esgota depressa. A "infância" do inseto é passada em forma de larva, um bichinho autônomo que precisa comer muito e crescer, para chegar a adulto (a lagarta é a larva da borboleta). Alguns insetos põem ovos na madeira, que vai servir de alimento à larva. Enquanto come a madeira, a larva vai deixando um túnel oco atrás de si.
Acontece que a larva do icnêumon não come madeira, come a carne de outras larvas. Por isso, as fêmeas do icnêumon põem seus ovos dentro das larvas de outros insetos, por isso que este inseto é considerado um parasita.
VOCÊ SABIA?
Na primeira fase de sua complicada operação, o icnêumon examina o tipo de madeira em que fará sua exploração. Certas características do tronco indicam a ele qual é a probabilidade de achar larvas.
Para localizar uma larva, o icnêumon vai batendo com patas traseiras na superfície do tronco. As ondas sonoras propagam-se e a ressonância é percebida pelo inseto com mínimas variações de tonalidade. A repercussão é diferente quando a madeira é maciça ou quando existem galerias cavadas pela larva.
Localizada a presa, o icnêumon firma-se bem nas pernas, tira o aguilhão da bainha e começa a perfuração. Para transpor os 3 centímetros que o separam da larva, o inseto leva uns 20 minutos. Finalmente, o aguilhão atinge a larva, penetra-a e introduz nela um ovo minúsculo, que logo depois será larva também.
Outros icneumonídeos empregam métodos menos complicados para porém seus ovos nas larvas de outros insetos. Atacam larvas desabrigadas, cravam-lhes o ferrão venenoso, mas não a matam, o veneno apenas as paralisa. A seguir, põem o ovo na presa, que continuará imóvel enquanto o parasito de desenvolve.
