Jornal de Itatiba Portal de notícias de Itatiba

Menu
Entretenimento
Por Roberto

Com entrada gratuita, público lota abertura do Festival de Inverno de Campos do Jordão

Estreia da 53ª edição do evento contou com a apresentação da USP Filarmônica; programação segue até 30 de julho

Por Roberto

Foto: Govesp

O Parque Capivari, no centro de Campos do Jordão, tornou-se o ponto de encontro dos apreciadores da música clássica neste sábado (1º), marcando o início do Festival de Inverno, já uma tradição no município nas últimas décadas. Desta vez, o festival está sendo realizado gratuitamente.

O público lotou o espaço durante a primeira apresentação da 53ª edição do evento, que contou com a performance da USP Filarmônica. Crianças, jovens, adultos e idosos ocuparam as cadeiras, bancos e até mesmo o chão do parque para desfrutar da programação.

O acesso à música clássica para um público mais diverso possível é um dos motivos pelos quais o festival ganhou a dimensão de maior da América Latina dedicado à música erudita. A abertura oficial aconteceu mais tarde, às 20h30, no auditório Cláudio Santoro. O auditório também ficou cheio para a apresentação da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) ao lado do pianista inglês Stephen Houch.

Durante a abertura, a Secretária de Cultura, Economia e Indústria Criativas, Marília Marton, destacou a potência formadora e transformadora de vidas do festival, além da parceria entre a pasta e as Organizações Sociais, por meio de parcerias público-privadas.

“Esse trabalho conjunto é fundamental para que possamos entregar um equipamento e um programa de tão alta qualidade”, declarou. A expectativa é que os outros dias do festival repitam o feito, e cerca de 80 mil pessoas prestigiem os 63 concertos que ajudam a movimentar a cidade e fomentar cultura e turismo.

Como o festival cresceu e se tornou referência

Segundo o diretor-executivo da Osesp, Marcelo Lopes, o festival se tornou referência por alguns fatores. Um deles está ligado à sua concepção.

“Ele foi inspirado no Festival de Tanglewood, de Boston, que tem a finalidade de ser um lugar de convivência entre músicos experientes e jovens. Esse modelo foi trazido ao Brasil nos anos 1960 pelo mestre Eliezer de Carvalho. A partir de então, o festival se desenvolveu. Talento nunca faltou, mas faltava oportunidade de estrutura e consistência no trabalho. Depois de cinco décadas neste estado que valoriza a arte, os resultados aconteceram: um trabalho consistente, contínuo e de qualidade”.

Conforme o festival se consolidava, ele passou também a ser uma vitrine para os músicos, conta Lopes. Por isso, grandes orquestras, filarmônicas e quartetos de todo o Brasil passaram a querer estar no palco de Campos também, o que gerou um efeito de retroalimentação: quanto mais bons músicos se apresentavam, mais bons músicos queriam se apresentar, o que aumentou o nível dos concertos e a visibilidade do evento para todos os estados.

“Nesta edição, teremos as filarmônicas de Minas Gerais e Goiás, que são espetaculares, a Camerata Antiqua de Curitiba a Sinfônica do Theatro Municipal, regida por um músico que também começou aqui”, conta Lopes.

Além disso, por estar em uma cidade extremamente turística em seu mês mais movimentado, o festival funciona como uma iniciação do público à música clássica, além de ter uma rotatividade grande de pessoas assistindo e indicando para amigos e familiares, explica o diretor.

Vitrine, berço e escola de talentos

Um dos fatores que ajudou o festival a ganhar essa importância para a cultura do Estado e do Brasil é o braço pedagógico que ele oferece para jovens estudantes de música, afirma Lopes. Hoje diretor-executivo da Fundação Osesp, Lopes começou a carreira neste festival, em 1984, aos 16 anos, como um jovem trompetista.

“A razão do nascimento desse festival é o treinamento de músicos clássicos para a vida profissional. É o meu caso, do Fábio Zanon [coordenador artístico], e de tantos outros. O festival me deu a chance de ter uma carreira e servir a música em várias competências como músico, músico da Osesp, diretor do festival e diretor da Osesp. E tenho certeza que aqui nascerão outros artistas que nos honrarão”, contou.

Neste ano, mais de uma centena de jovens terão oportunidade de se desenvolver durante o projeto. “135 alunos vão passar o mês de julho em um imersão de música, com 42 professores fazendo o trabalho de tutoria”, explicou Marton. Os bolsistas terão duas semanas de prática orquestral e duas de música de câmara com os grupos britânicos Brodsky Quartet e o quinteto de sopros London Winds.

Participações internacionais

O pianista britânico Sir Stephen Hough foi o convidado da noite da Osesp, simbolizando outros músicos internacionais que se apresentarão ao longo do mês. Hough estava empolgado por tocar pela primeira vez , ao lado de músicos que ele admira muito e com um repertório que considera essencial para introduzir o grande público à música erudita.

“Tocamos aqui um dos concertos de piano mais populares do gênero e fiquei feliz por esta ter sido a estreia neste festival que eu admiro há algum tempo, mas só agora participei. Agora, sigo com a Osesp para outros 12 concertos em quatro semanas, com alguns desafios e novos repertórios”, conta. Houch se refere ao Concerto nº 2 para Piano em dó menor, Op.18, do russo Sergei Rachmaninoff.

O Festival de Inverno de Campos do Jordão acontece de 1º a 30 de julho. O evento é promovido pela Fundação Osesp, pela Prefeitura de Campos do Jordão e pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas.

tópicos

Não conseguimos enviar seu e-mail, por favor entre em contato pelo e-mail

Entendi

Nós usamos cookies

Eles são usados para aprimorar a sua experiência. Ao fechar este banner ou continuar na página, você concorda com o uso de cookies. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

Aceitar todos os cookies