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Por Redação

Carlos Gomes: conheça a trajetória do maior compositor e maestro campineiro

Mês de setembro homenageia o campineiro que rompeu fronteiras e se tornou referência da ópera no século 19

Por Redação

Foto: Carlos Bassan

Setembro é celebrado em Campinas como o Mês Carlos Gomes, uma homenagem a um dos nomes mais importantes da ópera brasileira, o maestro e compositor campineiro Antonio Carlos Gomes. No Calendário de Eventos da Prefeitura de Campinas é possível conferir toda a programação do mês de setembro: https://campinas.sp.gov.br/eventos  , voltado a homenagens e festividades em memória do maestro que, do início simples até o reconhecimento nos palcos europeus, se revelou como um dos principais compositores de ópera do século 19. 

O maestro Carlos Gomes se mantém vivo e tem o legado preservado na cidade natal, Campinas. O compositor de “O Guarani” nasceu na cidade e, na juventude, foi para o Rio de Janeiro em busca de reconhecimento e confiança da Corte Imperial, e para estudar no Conservatório de Música. No entanto, o sucesso e ápice da carreira do compositor vieram durante sua passagem pela Itália, com o apoio do Imperador Dom Pedro II.

Campinas destaca o legado de Carlos Gomes, com diversas homenagens, levando seu nome a locais e instituições, como o Museu Carlos Gomes, administrado pelo Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA), o Conservatório Carlos Gomes, a praça Carlos Gomes e o monumento-túmulo, na praça Bento Quirino, no coração da cidade. 

O sucesso das obras de Carlos Gomes, marcado pela fusão da tradição europeia com temas brasileiros, simbolizava a identidade cultural do país e transformou Campinas em um símbolo de berço cultural. “Campinas é uma cidade que tem uma tendência de ser vanguarda, de estar à frente do seu tempo e estar associada à inovação, à produção cultural e de conhecimento. Carlos Gomes, entre outros, foi uma dessas figuras responsáveis por colocar a cidade nessa perspectiva”, conta o historiador do Museu da Cidade, Américo Baptista Villela.
 

Vida de Carlos Gomes

Antônio Carlos Gomes, apelidado de Tonico, nasceu em 11 de julho de 1836, em Campinas, filho de Manuel José Gomes e de Fabiana Jaquari Gomes. Carlos Gomes cresceu em um ambiente musical, ouvindo ensaios e aprendendo os primeiros acordes com o pai. Aos 10 anos de idade, iniciou os estudos de música e, na adolescência, compôs peças religiosas e modinhas populares que circularam entre os campineiros, consolidando seu nome na cena cultural local.

A estreia oficial como compositor foi em 1854, com a Missa de São Sebastião, seguida por modinhas.  A primeira apresentação pública ao piano aconteceu em Campinas, em um concerto acompanhado pelo pianista Henrique Luís Levy.  Na idade adulta, lecionava piano e canto e mostrava preferência ao estudo de óperas, com preferência por Giuseppe Verdi.

Em 1860, buscando oportunidades e aperfeiçoamento musical, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde conquistou o apoio e apreço do imperador D Pedro II, que o ajudou a entrar no Conservatório de Música. Em 1861, regeu a primeira ópera, baseada na obra de Antônio Feliciano de Castilho, A Noite do Castelo, no Teatro da Ópera Nacional, sendo condecorado pelo próprio imperador com a Ordem da Rosa.

Em 1864, ganhou uma bolsa do Conservatório e foi para Milão, onde estudou com o compositor italiano, Lauro Rossi, e recebeu o diploma de maestro compositor em 1866, aos 30 anos. O auge de sua carreira viria em 1870, quando estreou no Teatro alla Scala, de Milão, a ópera O Guarani, baseada no romance de José de Alencar e aclamada, inclusive, por Giuseppe Verdi.

Sucesso

A partir daí, a carreira de Carlos Gomes se consolidou como um dos maiores compositores de ópera, com obras como Fosca, em 1973, Salvador Rosa, em 1874, e Maria Tudor, em 1879. Em 1876, a pedido do Imperador Pedro II, compôs Saudação do Brasil, para ser apresentada nas comemorações do Primeiro Centenário da Independência dos Estados Unidos.

Carlos Gomes viajou para o Brasil em 1880, na Excursão Lírica de Tomás Passini, visitando Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém, encenando Salvador Rosa, O Guarani e Fosca. Na Bahia compôs o Hino do Centenário de Camões. Em 1889 retornou ao Brasil e apresentou a obra O Escravo, no Teatro Lírico, em homenagem à Princesa Isabel e à Lei Áurea. Neste período, D Pedro II prometeu para Carlos Gomes a direção do Conservatório do Rio de Janeiro. No entanto, a República foi proclamada e o imperador exilado, não se realizando a promessa.

Carlos Gomes voltou à Itália, onde estreou O Condor, em 1891. Naquele ano, compôs sua última grande obra, Colombo, apresentado em 1892, no Teatro Lírico do Rio de Janeiro, em homenagem ao IV Centenário do Descobrimento da América.

Em 1895, aos 59 anos, dirigiu O Guarani, em Lisboa, e foi condecorado pelo rei de Portugal. No ano seguinte, recebeu convites para dirigir a Escola de Música de Veneza e o Conservatório do Pará, porém doente, preferiu partir para o Brasil, se mudando para Belém do Pará onde assumiu a direção do Conservatório de Música a convite do governador Lauro Sodré. Carlos Gomes chegou ao Pará em abril de 1896 e em decorrência ao câncer que, morreu no dia 16 de setembro. O corpo do maestro voltou para Campinas, em 1905, onde foi sepultado e permanece até hoje, na Praça Bento Quirino.

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