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Foto: Tatiana Petti

A criadora de conteúdo digital e estilista Ana Chiyo esteve em Itatiba no último sábado (16). Convidada para dividir o palco do São João FC com a atriz Gabi Spanic — conhecida no Brasil pelos papéis de Paulina e Paola na novela A Usurpadora —, Ana participou de um evento produzido por Mauro Franciscon, com apoio do Jornal de Itatiba e da Rádio CRN AM 1.420, em prol da Rede de Voluntárias de Combate ao Câncer de Itatiba.

Natural de Araçatuba, Ana ganhou notoriedade ao criar personagens irreverentes, como a “Moça da Sara”, que viralizou durante a pandemia. Com mais de 2 milhões de seguidores no Instagram e no TikTok, destaca-se pela criatividade, autenticidade e talento em roteirizar e atuar em suas webnovelas semanais.

Antes do evento, a influencer recebeu a equipe de jornalismo da Rádio CRN/JI para uma entrevista. A seguir, alguns trechos do bate-papo:

JI: Antes da fama digital, como você se via profissionalmente? Já pensava em unir humor, moda e dramaturgia?

Ana Chiyo: Não, nunca pensei nisso. Foi algo que aconteceu sem querer, mas acabou se tornando a alegria da minha vida. Poder fazer humor, me vestir de um jeito bacana e criar conteúdos que me divertem é o que me deixa feliz.

JI: Como nasceu a “Moça da Sara”? Em que momento percebeu que o personagem havia estourado nas redes?

Ana Chiyo: Surgiu de uma situação real. Fui muito mal atendida em uma loja, fiquei indignada porque não consegui responder na hora e, chegando em casa, decidi “me vingar” gravando um vídeo. Postei sem pretensão, apenas para desabafar, mas viralizou imediatamente. As pessoas começaram a pedir mais conteúdos, sugerindo situações diferentes, e nunca mais parou.

JI: O que mudou na sua vida depois desse sucesso?

Ana Chiyo: Mudou tudo. Saí do interior e me mudei para São Paulo, deixei outros trabalhos e passei a me dedicar integralmente à criação de conteúdo. Hoje escrevo, interpreto e busco sempre entregar algo cada vez melhor para o público.

JI: De onde vêm suas ideias criativas?

Ana Chiyo: Muito da vida real e também das sugestões dos seguidores. Eles são fundamentais, pois me dão a oportunidade de continuar criando. Às vezes, ideias surgem de situações inusitadas, como meu medo de barata — acabei transformando isso em vídeos divertidos. Outras vêm de observações do cotidiano, como imaginar uma “rivalidade” entre doce de leite e Nutella.

JI: E personagens como o “Bebê Reborn” e o “Morango do Amor”?

Ana Chiyo: Foram experiências incríveis. O “Bebê Reborn” criei junto com meu marido, e nos divertíamos muito. Já o “Morango do Amor” foi sucesso porque estava em alta na internet. Criar conteúdos alinhados ao que as pessoas estão comentando ajuda muito no engajamento.

JI: Como lida com a pressão de manter mais de 2 milhões de seguidores engajados?

Ana Chiyo: Não é fácil. Existe sempre a pressão de agradar, seja em fases de muito sucesso ou quando os resultados não estão tão bons. Essa oscilação gera ansiedade, mas também motiva a continuar buscando evolução.

JI: Quais são seus maiores sonhos artísticos?

Ana Chiyo: Gostaria de escrever e atuar em um filme de comédia ou em uma série. Diferente da internet, que exige rapidez na produção, nesses formatos eu teria tempo para elaborar tudo com mais cuidado e carinho.

JI: Como enxerga o futuro dos criadores de conteúdo independentes no Brasil?

Ana Chiyo: Acredito que caminhamos para uma profissionalização maior, com conteúdos mais bem produzidos e responsáveis. Quem permanece é quem realmente ama o que faz e se dedica de verdade.

JI: Que conselho daria a quem está começando?

Ana Chiyo: Divirta-se e experimente. Não se prenda a um tipo de conteúdo que não o faz feliz. Nos dias bons é fácil continuar, mas nos dias ruins é preciso ter motivação extra. Por isso, escolha algo que realmente lhe traga alegria.