Viva Nossa Senhora do Belém!
A Basílica Nossa Senhora do Belém de Itatiba está celebrando a 210ª Festa em Louvor a Nossa Senhora do Belém, com novena, missas e a tradicional procissão que acontece no domingo, dia 8 de setembro, às 17 horas.
A imagem original de Nossa Senhora do Belém chegou a Itatiba no ano de 1792, trazida pelo casal Antonio Rodrigues da Silva, mais conhecido como Sargentão, e sua esposa D. Izidória Maria do Espírito Santo. Logo que se estabeleceu no seu sítio, no atual Bairro do Cruzeiro, a santa foi mantida em um oratório que logo atraiu a atenção dos moradores. Pouco tempo depois, e devido ao aumento dos devotos, uma capela foi construída no mesmo local. Mas, a história da imagem é mais antiga, uma vez que suas origens remontam a meados do século XVIII, época áurea do estilo barroco no Brasil.
Em madeira policromada, a imagem de Nossa Senhora do Belém traz consigo as características do barroco mineiro do século XVIII e, por isso, já existia a desconfiança de que ela teria vindo de Minas Gerais.
Filha de Manoel Gonçalves Jorge e de Josefa Maria do Espírito Santo, Izidória nasceu por volta de 1740, em Congonhas do Campo, cidade famosa pelas obras do Aleijadinho. Sua família possuía certa relevância na comunidade e acredita-se que, justamente nesse período de bonança, a imagem foi adquirida, possivelmente na mesma cidade ou na região, uma vez que ali atuavam alguns dos melhores artistas sacros brasileiros.
A trajetória de Izidória, bem como da imagem, tomaria outro rumo a partir de 1751, ocasião em que seu pai veio a falecer. Sua família muda-se para Jundiaí. O casamento de Izidória com Antonio Rodrigues da Silva, o Sargentão, foi realizado em 1777.
Em 1792, o Sargentão resolveu se mudar para o Bairro do Atibaia, localizado nos limites do Sertão de Jundiaí, que havia sido fundado em 1786 por 12 famílias pioneiras.
Decidida a mudança, a imagem veio com a família, tendo agora o próprio Sargentão como grande devoto. A partir desse momento, o culto a Nossa Senhora do Belém espalhou-se no novo bairro, num processo que redundou em uma forte união entre os moradores. Adotada desde então como padroeira, a santa foi um fator fundamental na criação de uma identidade para o bairro, bem como na elevação da comunidade para a condição de Freguesia, com o nome de Belém de Jundiaí. Anos depois, essa mesma Freguesia se transformaria na atual cidade de Itatiba.
A coluna de hoje mostra uma foto da imagem original e outras duas do antigo altar com a imagem de Nossa Senhora do Belém que fica no altar da Basílica, desde o século XIX.
Rogério Scavone é jornalista.
Email: scavonerogerio@gmail.com
Informações: Texto do historiador Luís Soares de Camargo, publicado pelo Jornal de Itatiba em 09/09/2019.
Fotos: Acervo Foto Parodi
Imagem original de Nossa Senhora do Belém
O antigo altar da Matriz de Nossa Senhora do Belém com a imagem introduzida no século XIX , e que está lá ainda hoje
Primeira comunhão em frente ao antigo altar da Matriz de Nossa Senhora do Belém na décadas de 1940 / 1950