Jornal de Itatiba Portal de notícias de Itatiba

Menu
Esportes
Por Redação

Nem Ditão, nem Dito; apenas Tobias

Histórias da Coluna Reminiscências

Por Redação

Foto: Reprodução / Redes Sociais

Por Ariovaldo Izac <ariovaldoizac@gmail.com>

Que pai ousa registrar o filho em cartório com o prenome Benedito, como antigamente? Convenhamos: não soa bem o apelido ‘Dito’ ou ‘Ditão’. Digamos que a identificação como Benê até passa, mas ainda assim é melhor evitá-la, como evita-se registros de nomes como Adamastor, Abelardo, Almerindo, Bráulio, Clemente, Felisberto, Isaltino e Ludovico, por exemplo.

Outrora registravam recém-nascidos com o nome de Benedito em homenagem ao santo intercessor de milagres na Itália, séculos passados. Nem a expressão ‘será o Benedito’, criada em Minas Gerais em 1930, desestimulou pais da época ao repasse do nome ao filho. A expressão tem o significado de decepção ou impaciência com alguma coisa.

Cabe a introdução para esclarecer que o ex-goleiro José Benedito Tobias, do Corinthians, foi identificado pelo sobrenome desde os tempos de atleta do Noroeste de Bauru (SP), em 1968. No ano seguinte, ele se fixou como titular do Guarani, onde ficou até 1975, com transferência ao Sport Recife e posteriormente Corinthians, quando ratificou reflexo apurado, regularidade, e foi considerado herói da classificação de seu clube à final do Brasileirão da temporada seguinte, ao suplantar o Fluminense no Estádio do Maracanã.

Aquele 5 de dezembro de 1976 foi histórico para o Corinthians. Afinal, jamais algum clube brasileiro repetirá a proeza de colocar 70 mil torcedores no estádio do adversário, na chamada invasão corintiana ao Maracanã. Na véspera do jogo, um bando de malucos cobriu bustos e estátuas com bandeiras alvinegras, no Rio. Alguns sequer se deram conta que a aglomeração nas imediações do hotel, onde o clube se concentrava, tirava o sossego dos jogadores, exigindo que o então presidente Vicente Matheus - já falecido -, se dirigisse de pijama ao saguão, para dispersá-los.

Já o técnico Duque chamou um pai-de-santo para iluminar os seus jogadores, enquanto dezenas de outros torcedores místicos optaram por praias cariocas, nas altas horas, para reforçar a macumba com garrafas e velas.

Na final da competição, o Corinthians viu o Inter (RS) sagrar-se bicampeão. Assim, o desjejum de título ocorreu no ano seguinte, na decisão do Campeonato Paulista contra a Ponte Preta. Tobias ainda jogou no Fluminense e Bangu, até 1986. Em maio próximo ele vai completar 76 anos de idade, os cabelos já rarearam, e ainda mora em São Paulo.

tópicos

Não conseguimos enviar seu e-mail, por favor entre em contato pelo e-mail

Entendi

Nós usamos cookies

Eles são usados para aprimorar a sua experiência. Ao fechar este banner ou continuar na página, você concorda com o uso de cookies. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

Aceitar todos os cookies