Doação de Medula Óssea: 6 informações importantes sobre o gesto que pode salvar vidas
Em Itatiba, cadastramento poderá ser feito neste sábado durante a Campanha de Doação de Sangue do Rotary

Foto: Carlos Bassan / PMC
A doação de medula óssea pode representar a única chance de cura para milhares de pacientes com doenças hematológicas graves, como leucemia, linfoma e mieloma. Apesar disso, ainda persistem dúvidas e receios que afastam possíveis doadores, seja por falta de informação, seja por medo do procedimento. Para esclarecer o tema, a hematologista Camila Gonzaga, médica do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), respondeu às perguntas mais frequentes sobre o assunto.
1. Só é possível doar medula óssea para alguém da família?
Mito. Embora a compatibilidade entre familiares seja maior, também é possível doar para pessoas sem parentesco por meio do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). “A compatibilidade é verificada por meio de um exame de tipagem HLA, e a doação pode ser feita por um voluntário cadastrado em bancos de dados nacionais e internacionais”, explica a médica.
2. Qual é a idade ideal para se cadastrar?
A faixa etária ideal é entre 18 e 35 anos. “As células-tronco de doadores mais jovens tendem a ter melhor qualidade e menor chance de complicações para o receptor”, afirma Dra. Camila. Para doadores aparentados, não há limite fixo — pessoas com até 70 anos podem ser consideradas, se estiverem em boas condições de saúde. Já para voluntários de registros, o limite prático é 60 anos.
3. A doação é dolorosa?
A dor é muito menor do que se imagina. Existem dois métodos principais:
Punção direta, realizada sob anestesia geral, dura cerca de 90 minutos e pode causar leve desconforto no local após o procedimento.
Aférese de sangue periférico, método mais comum, semelhante à doação de sangue. O doador recebe uma medicação que estimula a liberação de células-tronco, e o sangue passa por uma máquina que separa as células necessárias.
4. O doador precisa ficar internado ou afastado do trabalho?
Depende do método utilizado. Na punção direta, há internação de 24 horas e afastamento de até uma semana em caso de atividades físicas intensas. Já na aférese, o procedimento é ambulatorial e permite o retorno às atividades no dia seguinte. “Em ambos os casos, o doador é acompanhado pela equipe médica e tem recuperação rápida”, afirma Dra. Camila.
5. A doação enfraquece o organismo?
Não. A medula óssea se regenera completamente em poucas semanas. “Apenas uma pequena fração é retirada — cerca de 5% ou menos — e o corpo repõe rapidamente. Já na aférese, a medula permanece intacta”, reforça a médica.
6. Qual é a chance de ser chamado para doar após o cadastro?
A probabilidade é baixa, mas essencial: varia de 1 em 100 mil a 1 em 400 mil para encontrar um doador compatível não aparentado. “Essa baixa probabilidade reforça a importância de termos mais pessoas cadastradas — quanto mais voluntários, maiores as chances de salvar vidas”, conclui a hematologista.
Cadastro em Itatiba neste sábado
Quem desejar se cadastrar como doador voluntário de medula óssea terá uma oportunidade neste sábado, durante a Campanha de Doação de Sangue do Rotary Club de Itatiba, realizada em parceria com o Hemocentro da Unicamp e com apoio da Prefeitura, do Jornal de Itatiba, da Rádio CRN de Itatiba e demais parceiros locais. O cadastramento para o REDOME será feito junto à coleta de sangue, na sede da Secretaria de Ação Social, Trabalho e Renda (Avenida Nair Soares Macedo Fattori, 200), no período da manhã. Os interessados devem agendar previamente o horário pelo WhatsApp (11) 96916-2638.